ATA DA SEPTUAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 10-9-2001.
Aos dez dias do mês de setembro do ano dois mil e um,
reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni,
Beto Moesch, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, João Antonio Dib,
Juarez Pinheiro, Fernando Záchia, Maria Celeste, Paulo Brum e Raul Carrion.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Antonio
Hohlfeldt, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Elói
Guimarães, Estilac Xavier, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, José Fortunati, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maristela
Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Sebastião Melo e Sofia Cavedon.
Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos
e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Sexagésima Nona e
Septuagésima Sessões Ordinárias, que deixaram de ser votadas face à
inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador
Carlos Alberto Garcia, a Indicação nº 029/01 (Processo nº 3483/01) e o Projeto
de Lei do Legislativo nº 237/01 (Processo nº 3482/01); pelo Vereador Ervino
Besson, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Haroldo de Souza, 02 Pedidos
de Providências, o Pedido de Informações nº 167/01 (Processo nº 3512/01) e a
Indicação nº 030/01 (Processo nº 3511/01); pelo Vereador Leo Meira, o Pedido de
Informações nº 152/01 (Processo nº 3304/01); pelo Vereador Raul Carrion, o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/01 (Processo nº 3341/01);
pelo Vereador Reginaldo Pujol, o Pedido de Informações nº 166/01 (Processo nº
3460/01). Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, de autoria do Senhor
João Verle, Prefeito Municipal de Porto Alegre em exercício: de nº 467/01,
encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 023/01 (Processo nº 3506/01); de
nº 468/01, encaminhando o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/01
(Processo nº 3505/01); de nº 469/01 (Processo nº 3504/01), informando que se
ausentará do Município das dezesseis horas do dia oito ao dia nove de setembro
do corrente, quando participará da 1ª Conferência Municipal da Habitação, a ser
realizada no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo - SP. Do EXPEDIENTE,
constaram o Ofício nº 082/01, do Senhor José Menezes Neto, Diretor do
Departamento de Gestão do Fundo Nacional de Assistência Social do Ministério da
Previdência e Assistência Social, e o Comunicado nº 43441/01, da Senhora Mônica
Messemberg Guimarães, Secretária-Executiva do Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação - FNDE. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Valtair do Amaral Madalena, Presidente da Associação
dos Servidores de Câmaras Municipais do Rio Grande do Sul - ASCAM - RS, que
discorreu acerca das atividades desenvolvidas pela entidade, destacando os
principais objetivos dessa Associação. Ainda, divulgou o XIII Congresso
Estadual de Servidores de Câmaras Municipais do Estado do Rio Grande do Sul, a
ser realizado de doze a quatorze de setembro do corrente, em Porto Alegre,
convidando a todos para prestigiarem o evento. Na ocasião, nos termos do artigo
206 do Regimento, os Vereadores João Antonio Dib, Luiz Braz, Elói Guimarães,
Clênia Maranhão, Raul Carrion, Adeli Sell e Ervino Besson manifestaram-se
acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e
quarenta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às quatorze horas e quarenta e sete minutos, constatada a existência
de quórum. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador
Paulo Brum, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Na
oportunidade, por solicitação do Vereador Ervino Besson, foi realizado um
minuto de silêncio em homenagem póstuma ao ex-Deputado Estadual Romildo Bolzan,
falecido no dia oito de setembro do corrente. A seguir, foi iniciado o período
de GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado a assinalar o transcurso do quarto ano do
programa Teleton e o primeiro ano do Centro de Reabilitação AACD - Rio Grande
do Sul, nos termos do Requerimento nº 198/01 (Processo nº 3191/01), de autoria
do Vereador Paulo Brum. Compuseram a Mesa: o Vereador Fernando Záchia,
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, e o Senhor Mario Degani,
Diretor da Associação de Assistência à Criança Deficiente - AACD. Em GRANDE
EXPEDIENTE, o Vereador Paulo Brum dissertou a respeito do objetivo do programa
Teleton, relacionando os diversos centros de reabilitação construídos no Brasil
com as verbas arrecadadas através desse evento. Também, avaliou dados relativos
ao número de atendimentos prestados aos portadores de necessidades especiais
pela AACD, justificando os motivos que levaram Sua Excelência a propor a
presente homenagem. O Vereador Elói Guimarães, em tempo cedido pelo Vereador
Cassiá Carpes, salientou a justeza da homenagem hoje prestada ao programa
Teleton e ao Centro de Reabilitação AACD - Rio Grande do Sul, destacando a
importância dessa entidade para a inserção dos portadores de deficiência na
sociedade. Ainda, parabenizou o Vereador Paulo Brum pelas ações desenvolvidas
por Sua Excelência em prol dos portadores de necessidades especiais. Em
seguida, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Mario Degani, que
agradeceu a homenagem hoje prestada por este Legislativo ao transcurso do
quarto ano do programa Teleton e o primeiro ano do Centro de Reabilitação AACD
- Rio Grande do Sul. Às quinze horas e dezoito minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e dezenove minutos,
constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Clênia
Maranhão teceu considerações a respeito da participação de Sua Excelência, como
representante deste Legislativo, na III Conferência Mundial contra o Racismo,
Discriminação Racial, Xenofobia e Formas Conexas de Intolerância, realizada de
trinta e um de agosto a sete de setembro do corrente, em Durban - África do
Sul, ressaltando que a realização desse evento significou um avanço na luta
contra a discriminação racial. O Vereador Elói Guimarães leu trecho de matéria
publicada hoje no jornal Zero Hora, referente à polêmica gerada em torno do
caderno pedagógico distribuído pela Secretaria Estadual de Educação para
orientar discussões nas escolas durante a Semana da Pátria. Nesse sentido,
teceu críticas ao Executivo Estadual pelo tipo de linguagem utilizada nas
cartilhas e pelo uso de recursos públicos na confecção do material distribuído
às escolas estaduais. O Vereador Ervino Besson aludiu à participação de Sua
Excelência, como representante desta Casa, na "VII Reunião de Cúpula da
Rede Mercocidades", realizada do dia três ao dia cinco de setembro do
corrente, na Cidade de Valparaíso - Chile, destacando a importância desse
evento para a integração dos povos que compõem o MERCOSUL e afirmando estar à
disposição dos Senhores Vereadores para prestar maiores esclarecimentos sobre a
referida Reunião. O Vereador Estilac Xavier discorreu sobre a Indicação nº
027/01 (Processo nº 3346/01), de autoria de Sua Excelência, que sugere ao Senhor
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul a criação de
Varas Judiciárias especializadas em questões referentes à proteção do ambiente
em seus aspectos natural, cultural e artificial e Varas Judiciais
especializadas para processar e julgar litígios relativos a loteamentos e
regularização fundiária urbana. O Vereador Luiz Braz comentou aspectos
referentes ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/01 (Processo nº
3404/01), que cria a Subunidade de Estruturação Urbana nº 03 de Unidade de
Estruturação Urbana nº 4036, referente à área do Estaleiro Só, define seu
regime urbanístico e dá outras providências. Nesse sentido, defendeu a luta dos
ex-funcionários do Estaleiro Só na busca da solução dos problemas ocasionados
pela falência dessa empresa. O Vereador Juarez Pinheiro analisou dados
relativos à atual conjuntura econômica mundial verificada atualmente,
especialmente no que tange à crise econômica da Argentina, ao papel exercido
pelo Fundo Monetário Internacional - FMI nesse contexto, às causas do aumento da
criminalidade nos grandes centros urbanos e à proposta de implantação da Área
de Livre Comércio das Américas - ALCA, manifestando-se contrariamente a esta
proposição. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib registrou o
transcurso, no dia seis de setembro do corrente, dos duzentos e vinte e oito
anos de fundação da Câmara Municipal de Porto Alegre, lamentando o modo como
esse evento foi tratado pela imprensa e pelo conjunto dos Vereadores que
compõem este Legislativo. Também, destacou a participação de personalidades
como José Loureiro da Silva e Aloísio Filho na história desta Casa e da Cidade.
O Vereador Beto Moesch relatou debate ocorrido no Colégio Santa Família,
situado no Bairro São Geraldo, envolvendo Vereadores e membros da comunidade
local, no intuito de analisar as causas e buscar soluções para o problema dos
alagamentos verificados no local. Nesse sentido, informou estarem sendo
realizadas ameaças à Irmã Angélica Konzen, Diretora daquele Colégio, em razão
das discussões quanto a este assunto. O Vereador Elói Guimarães reportou-se às
denúncias formuladas pelo Vereador Beto Moesch, quanto a ameaças sofridas pela
Irmã Angélica Konzen, Diretora do Colégio Santa Família. Também, criticou as
políticas e as medidas de prevenção a alagamentos adotadas pelo Executivo
Municipal e analisou aspectos alusivos à estrutura organizacional e ao
funcionamento do Programa de Orçamento Participativo de Porto Alegre. O
Vereador Ervino Besson manifestou-se acerca dos alagamentos que ocorrem no
Bairro São Geraldo por ocasião de chuvas intensas, aludindo ao pronunciamento
da Irmã Angélica Konzen, efetuado em Tribuna Popular durante a Sexagésima
Oitava Sessão Ordinária, quando tratou desse assunto. Ainda, registrou o transcurso
do Dia da Imprensa e ressaltou a importância da realização da Trigésima
Primeira Sessão Solene para homenagear os duzentos e vinte e oito anos deste
Legislativo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal discorreu a
respeito das comemorações realizadas em Porto Alegre, alusivas ao Dia da
Independência do Brasil, externando sua contrariedade no que tange à postura
adotada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST - durante o
desfile cívico-militar. Nesse sentido, questionou as ações políticas desse
Movimento, afirmando que, no entender de Sua Excelência, essas ações estariam
comprometendo a manutenção da ordem social. O Vereador Isaac Ainhorn,
reportando-se ao pronunciamento do Vereador Pedro Américo Leal, relativamente
às comemorações da Semana da Pátria no Município, discursou sobre episódio
envolvendo manifestantes do MST e a Brigada Militar e teceu considerações sobre
a conduta política do Executivo Estadual nesse acontecimento. Também, chamou a
atenção para a decisão desta Casa de não ter concedido o Título Honorífico de
Cidadão de Porto Alegre ao Senhor João Pedro Stédile. O Vereador Estilac Xavier
referiu-se a matérias publicadas pela imprensa, atinentes aos confrontos
ocorridos entre integrantes do MST e policiais militares por ocasião dos
desfiles da Semana da Pátria. Ainda, avaliou os objetivos do movimento denominado
“Grito dos Excluídos”, promovido pelas pastorais da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil - CNBB - e analisou as atividades implementadas pelo Exército
Brasileiro em prol do desenvolvimento social do País. O Vereador Elói Guimarães,
mencionando as declarações do Vereador Pedro Américo Leal, no que se refere às
manifestações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra durante os
desfiles cívico-militares do dia Sete de Setembro na Cidade, examinou a
natureza dos movimentos sociais que ocorrem no Brasil, pronunciando-se sobre as
diretrizes ideológicas adotadas pelo MST, especialmente por permitir a inclusão
de crianças no mesmo. Ainda, propôs o engajamento desse Legislativo no intuito
de se aprofundar o debate sobre essas questões. O Vereador Luiz Braz
contrapôs-se às ações desenvolvidas pelo movimento “Grito dos Excluídos” durante
as comemorações do dia Sete de Setembro, declarando ter havido a participação
de funcionários do Executivo Municipal, detentores de cargo em comissão, nessa
passeata. Também, criticou as políticas públicas implantadas pelo Partido dos
Trabalhadores à frente dos Governos Estadual e Municipal, particularmente no
que concerne a questões sócioeconômicas da população. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 217,
224 e 227/01, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 023/00, o Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 043/01, o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 019/01, o Projeto de Resolução nº
074/01, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/01, discutido pelos
Vereadores João Antonio Dib, Adeli Sell, Beto Moesch e Carlos Alberto Garcia;
em 2ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 038/01,
os Projetos de Lei do Legislativo nºs 188 e 232/01, os Projetos de Resolução
nºs 070 e 072/01, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 003/01,
discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Sofia Cavedon; em 3ª Sessão, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 194/01. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Antonio Hohlfeldt pronunciou-se a respeito de conflito ocorrido entre
manifestantes civis e soldados da Brigada Militar nos desfiles da Semana da
Pátria em Porto Alegre, questionando, através da análise de artigos publicados
em livros e jornais do País, a postura política adotada pelas governos do
Partido dos Trabalhadores, especialmente à frente dos Executivos Estadual e
Municipal. O Vereador Raul Carrion teceu considerações acerca da provável
destinação a ser dada pela Administração Municipal à área anteriormente ocupada
pelo Estaleiro Só, às margens do Lago Guaíba. Também, reportou-se às tratativas
deste Legislativo para reverter o pedido de desocupação do prédio onde se
localiza a Escola Estadual de 1º e 2º Graus Professora Gema Angelina Belia e
contestou a edição de Medidas Provisórias pelo Governo Federal. O Vereador
Carlos Alberto Garcia, enfocando os índices de desemprego verificados no
Brasil, discorreu sobre a situação do comércio informal exercido nas ruas da
Cidade e propugnou pelo cadastramento, por parte da Administração Municipal,
dos camelôs irregulares, a fim de que essa situação seja disciplinada e que
comerciantes estabelecidos e transeuntes não sejam prejudicados pela
proliferação desordenada dos trabalhadores ambulantes. O Vereador Sebastião
Melo, manifestando-se criticamente quanto à política adotada pelo Executivo
Municipal na questão dos menores carentes de Porto Alegre, protestou contra a construção
de um centro de recuperação de menores no Bairro Belém Novo sem que a população
local tivesse sido consultada e opôs-se à instalação de aterro sanitário na
Zona Sul da Cidade sem que sejam estudadas as compensações ambientais
necessárias àquela região. A seguir, constatada a existência de quórum, foi
iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação Nominal, 1º Turno, foi rejeitado o Projeto
de Emenda à Lei Orgânica nº 002/01, por cinco votos SIM e vinte e um votos NÃO,
após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Antonio Dib, Pedro Américo
Leal, Nereu D'Avila, Estilac Xavier, Raul Carrion e Sebastião Melo, tendo
votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Beto Moesch, Cassiá Carpes, João Antonio
Dib, este com Declaração de Voto, e João Carlos Nedel e Não os Vereadores
Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Helena Bonumá,
Humberto Goulart, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria
Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul
Carrion, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Na ocasião, o Senhor Presidente
prestou esclarecimentos acerca do artigo 177, parágrafo único, do Regimento,
que dispõe sobre a apresentação de Declaração de Voto, tendo o Vereador João
Antonio Dib manifestado-se sobre o assunto. Em Discussão Geral, 1ª Sessão,
esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 004/01, o qual, após ser discutido
pelo Vereador Sebastião Melo, teve sua discussão suspensa, face à rejeição da
prorrogação dos trabalhos. Às dezoito horas e quarenta e seis minutos,
rejeitada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para Sessão
Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Fernando Záchia, Helena Bonumá, Paulo Brum, Ervino
Besson e Elói Guimarães, este nos termos do artigo 13, § 2º, do Regimento, e
secretariados pelos Vereadores Helena Bonumá, Ervino Besson e João Antonio Dib,
este como Secretário "ad hoc". Do que eu, Helena Bonumá, 1ª
Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Passamos à
O Sr. Valtair
do Amaral Madalena, representando a Associação dos Servidores de Câmaras
Municipais do Rio Grande do Sul - ASCAM/RS, está com a palavra, pelo tempo
regimental de 10 minutos.
O
SR. VALTAIR DO AMARAL MADALENA: Sr. Presidente, Ver. Fernando Záchia; Sr.ªs
Vereadoras, Srs. Vereadores, colegas, servidores, visitantes, Dr. Mário Degani,
Diretor da AACD.
Estamos aqui,
hoje, para falar um pouco sobre a ASCAM/RS - Associação dos Servidores de
Câmaras Municipais do Estado do Rio Grande do Sul e suas atividades.
A
ASCAM/RS é uma entidade associativa, sem fins lucrativos e representativa dos
servidores de Câmaras Municipais do Estado do Rio Grande do Sul, criada
oficialmente em 1991. Estamos comemorando neste ano dez anos de fundação.
Os principais
objetivos de nossa Associação são: representar os servidores de Câmaras do Rio
Grande do Sul; lutar pela valorização do Poder Legislativo Municipal;
integrar-se nos movimentos que defendam a filosofia do municipalismo;
incentivar a sindicalização de servidores públicos do Estado, em especial, os
servidores dos órgãos legislativos e buscar a conscientização e aperfeiçoamento
da categoria através de seminários, palestras, cursos e congressos que
contribuam para este fim.
Entendemos que
o servidor bem preparado terá condições de melhor assessorar o Vereador, e
este, por sua vez, poderá estar tranqüilo de que exercerá o seu mandato
realizando ainda mais pela comunidade.
Hoje, temos em
nosso cadastro mais de quatro mil servidores e Vereadores de todo o Rio Grande
do Sul e até de outros Estados que participam de nossos eventos.
Assumimos a
presidência em outubro de 1999 e, nesse período, realizamos dezenove cursos, um
seminário e um congresso, com a participação de cerca de mil e seiscentos
servidores e vereadores do nosso Estado, de Santa Catarina, do Paraná e de
outros Estados, e até mesmo servidores da Assembléia Legislativa, da Casa
Civil, da Procuradoria-Geral do Estado e até de empresas privadas.
Fazem parte da
Diretoria da ASCAM/RS, além de mim, na Presidência, a colega Ilse Boelhouwer,
como 1ª Secretária; a Edi Cogo como 1ª Tesoureira; o Márcio Palmeira, como
Diretor de Cadastro; a Nara Jurkfitz, Presidente do Conselho de Representantes
e Presidente da ABRASCAM; o Wenceslau Gonçalves e o Sérgio Cruz, também
integrantes do Conselho.
Por estarmos
encerrando o nosso mandato agora, nesta semana, quero aproveitar esta
oportunidade para agradecer o apoio que a Câmara de Porto Alegre, através das
Mesas Diretoras, da Direção-Geral e dos demais diretores sempre deram à nossa
Associação, durante a nossa gestão. Agradeço aos ex-Presidentes Ver. Nereu
D’Avila e ao ex-Vereador, Secretário do Planejamento Municipal João Motta, no
início de nossa gestão.
Quero também
fazer um agradecimento especial ao atual Presidente Ver. Fernando Záchia pelo
apoio dado desde sua posse à ASCAM/RS. Sua Excelência não mediu esforços para
atender às nossas reivindicações estando, inclusive, participando na abertura
da maioria de nossos eventos, levando uma palavra de incentivo aos colegas do
interior do Estado. Como este gesto simples é importante para os colegas
servidores e Vereadores do interior! Obrigado Presidente!
Entre as
atividades desenvolvidas pela nossa Entidade salientamos a realização de um congresso
anual, onde reunimos em três ou quatro dias palestrantes para discutirem temas
relativos ao nosso dia-a-dia na Câmara e na Prefeitura e, em conseqüência, na
comunidade local; eventos esses que são abertos a servidores, vereadores,
prefeitos e demais interessados.
Neste ano de
2001, a partir de quarta-feira, agora, dia 12, realizaremos o XIII Congresso
Estadual de Servidores de Câmaras Municipais do Rio Grande do Sul, coordenado
pelo colega Wenceslau Gonçalves. Estamos fazendo um convite e um apelo aos Srs.
Vereadores e Diretores para que participem e liberem seus funcionários para que
possam participar do evento que se realizará de 12 a 14 de setembro, agora, de
quarta a sexta-feira, aqui em Porto Alegre, no City Hotel. (Lê.)
O tema
principal deste ano será a Lei que mudou os rumos de todos nós, servidores,
vereadores e administradores em geral: a Lei de Responsabilidade Fiscal.
A programação
do Congresso é a seguinte:
Dia 12/09,
quarta-feira, pela manhã, está destinado a inscrições e à entrega de material.
À tarde, às 14
horas, teremos a abertura solene com a presença de diversas autoridades
constituídas e, na seqüência, teremos palestras com integrantes do Tribunal de
Contas do Estado do Rio Grande do Sul, começando com a Dr.ª Rosane Heineck
Schmitt, Auditora Substituta de Conselheiro, representando o Dr. Hélio Saul
Mileski - Presidente do TCE -, que falará sobre a Lei de Responsabilidade
Fiscal - Enfoque do Tribunal de Contas e, logo após, falará o Dr. José Carlos
Garcia de Mello, Auditor e Superintendente de Controle Externo do Tribunal de
Contas, que fará comentários gerais sobre a LRF.
Às 18 horas
está previsto um coquetel de confraternização no restaurante do City Hotel e,
desde já, V. Ex.ªs são convidados.
Na
quinta-feira, dia 13 de setembro, pela manhã, teremos um painel com as
entidades municipalistas que darão a sua posição e a dos prefeitos e vereadores
acerca da LRF. Deste Painel participarão os Presidentes das seguintes
entidades: União dos Vereadores do Rio Grande do Sul - UVERGS -, Ver. Luiz
Fernando Godói; Federação das Associações de Municípios do RS - FAMURS -,
Prefeito Taufik Badui Germano Neto (Pipa Germano); Associação Gaúcha
Municipalista - AGM - Prefeito José Carlos Rassier e a Confederação Nacional de
Municípios - CNM -, Prefeito Paulo Ziulkoski. A Federação Nacional de Prefeitos
- FNP -, Presidida pelo Prefeito Tarso Genro, foi convidada, mas por
compromissos agendados anteriormente não comparecerá.
À tarde, o
assunto será a Previdência Social, onde teremos duas palestras com a
Coordenação do Prof. André Leandro Barbi de Souza, que é Diretor do IGAM,
Consultor Jurídico e Professor da ASCAM/RS, juntamente com representantes do
Ministério da Previdência e Assistência Social, que virão de Brasília para o
nosso Encontro. O Dr. Francisco Assis de Oliveira Júnior - Coordenador de
Acompanhamento Legal do Ministério da Previdência - MPAS, que tratará da
questão legal e o Dr. Marcelo Abi-Ramia Caetano - Coordenador-Geral de Atuária,
Contabilidade e Estudos Técnicos do Ministério da Previdência -, que tratará da
questão atuarial.
Na
sexta-feira, dia 14 de setembro, pela manhã, teremos uma palestra coordenada
pelo Contador, Auditor do TCE/RS, Prof. Jader Branco Cavalheiro, que, também,
junto com o Bel. Paulo César Flores tratarão do Orçamento e da Lei de
Responsabilidade Fiscal.
Ainda pela
manhã teremos outro painel que tratará de assuntos polêmicos de Câmaras e
Prefeituras, onde serão abordados assuntos como diárias, licenças, férias,
substituições, aposentadorias, CCs, ética parlamentar, crimes de
responsabilidade fiscal, licitações, etc. Para esse painel teremos a presença
do Dr. Walter Jone dos Anjos, Procurador aposentado do Estado, funcionário
desta Casa; do Dr. José Augusto Rodrigues, Consultor Jurídico da UVERGS e do
Dr. Luiz Afonso de Melo Peres, servidor também desta Casa, atualmente Diretor
Administrativo da Procuradoria-Geral do Estado.
A tarde de
sexta-feira será para trabalhos exclusivos dos servidores associados em
Assembléia-Geral, onde teremos relatório de atividades, prestações de contas,
alteração do Estatuto, eleição e posse da nova Diretoria e Conselho de
Representantes e assuntos gerais.
Portanto, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, colegas que nos assistem nas galerias, ou pela TV
Câmara, ou a transmissão desta Sessão pela Internet, venham participar do XIII
Congresso de Servidores de Câmaras do Estado do Rio Grande do Sul, promoção da
ASCAM/RS. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Convido o Sr. Valtair Madalena que faça parte da
Mesa. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e meu caro amigo
Valtair do Amaral Madalena, Presidente da ASCAM/RS, enquanto alguns Vereadores
se esquecem de homenagear a sua Casa, quando ela completa 228 anos, a ASCAM/RS,
através dos servidores que esta Casa tem na Associação, faz homenagem à Casa
todos os dias pelo seu trabalho, pela sua competência e seriedade com que
encaram as suas atividades. Em nome da minha Bancada, quero felicitá-los pelo
XIII Congresso Estadual de Servidores de Câmara Municipais do Rio Grande do
Sul, esperando que servidores de outras Câmaras façam como os servidores da
Câmara de Porto Alegre que não esquecem nunca de homenagear a Casa do Povo.
Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Luiz Braz está com a palavra nos termos do
art. 206 do Regimento.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu só posso cumprimentar o Sr.
Valtair, que fez uma brilhante exposição do que está acontecendo hoje na
organização desse Congresso Estadual dos Servidores, que vai ocorrer ainda
nesta semana. Eu só espero que neste XIII Congresso a qualificação que existe
nos servidores desta Câmara - eu sou testemunha, já que já presidi esta Câmara
em duas oportunidades e sei exatamente da qualidade dos nossos servidores -
possa ser espalhada por todas as outras câmaras Municipais do Rio Grande do Sul
e do Brasil.
Penso que um
congresso que vai discutir temas tão importantes, como a Lei de
Responsabilidade Fiscal, serve exatamente para fazer com que o servidor esteja
bem conscientizado das responsabilidades que tem, das responsabilidades que
surgiram após a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Tenho certeza de
que com os valores das pessoas que estão convidadas para participar do
Congresso, como integrantes do Tribunal de Contas e pessoas tão qualificadas
como o palestrante Luiz Afonso, que está na Procuradoria, mas é gente desta Casa,
esse evento terá êxito e será dos maiores. Vai valer a pena para qualquer
participante, seja servidor municipal ou não, porque, afinal de contas, vai
aprender muito com a qualificação que teremos lá. Parabéns! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra nos termos
do art. 206 do Regimento.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
cumprimentar o Sr. Valtair Madalena, funcionário qualificado, altamente categorizado,
da Câmara Municipal de Porto Alegre e Presidente da ASCAM/RS. Quero dizer da
importância, já ressaltada pelo Sr. Valtair, não só pelo exercício que os
funcionários de Câmaras farão, através da troca de impressões sobre a temática
específica, mas também pelos diversos temas, como a Lei de Responsabilidade
Fiscal - assunto extremamente importante -, fundos de previdência e
aposentadoria para o servidor, orçamento, etc. Trata-se de um encontro de
Câmaras, enxuto, que busca, objetivamente, aquelas questões fundamentais e
importantes para nós, se assim podemos nos posicionar, como atividades fim.
Toda essa instrumentalização buscada e debatida pelos funcionários de Câmaras
haverá de dar mais qualificação ao nosso trabalho na Câmara Municipal de Porto
Alegre.
Apelo à
Presidência da Casa - e nem poderia ser diferente - para que mande que
funcionários, dos mais diferentes setores, até de gabinetes, participem para
que se tenha um grande encontro, que é extremamente importante ao interesse
geral da atividade parlamentar.
Meus
cumprimentos, portanto, Valtair. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra nos
termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores,
em nome da Bancada do PMDB, saudamos todos os funcionários desta Casa que
acompanham a Tribuna Popular na tarde de hoje e saudamos a presença do Sr.
Valtair do Amaral Madalena, Presidente da Associação das Câmaras Municipais do
Rio Grande do Sul - ASCAM, que é uma entidade que tem desenvolvido, ao longo
dos últimos anos, uma ação muito importante na formação dos funcionários das
Câmaras Municipais do nosso Estado. Uma das questões que se expressa, hoje,
como central, por esse trabalho na questão do Funcionário Público, na questão
das assessorias, do espaço do poder do Estado e das Câmaras Municipais é,
exatamente, a qualificação dos funcionários, o que permite aos Parlamentos o
desenvolvimento da sua função de acordo com os interesses da sociedade,
condizentes com a legislação existente no nosso País. Penso que a ASCAM, sob a
presidência de Vossa Senhoria, tem cumprido essa missão de uma forma
extremamente importante. A realização do Congresso que V. S.ª, na condição de
Presidente e a sua diretoria que aqui o acompanha traz a este Plenário,
seguramente significará mais um passo nesse trabalho de valorização e
qualificação dos funcionários e também de integração para a definição de uma
ação mais efetiva em relação aos parlamentos do nosso Estado.
Quero
parabenizar, em nome da nossa Bancada, o PMDB, o trabalho que a ASCAM tem
feito, e o trabalho que está sendo previsto, por meio desse Congresso. Muito
obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Raul Carrion está com a palavra nos termos
do art. 206 do Regimento.
O
SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, prezado Valtair
Madalena, Presidente da ASCAM. É uma satisfação recebê-lo, e na sua pessoa
homenageamos todos os funcionários das Câmaras - especialmente a de Porto
Alegre - pelo profissionalismo, competência e dedicação. O êxito do nosso
trabalho depende, e muito, desse trabalho que vocês realizam. É muito
importante a realização deste Congresso - como ex-sindicalistas sabemos a
dureza deste trabalho, desta caminhada – também o conteúdo dos debates - a Lei
de Responsabilidade Fiscal, a questão da previdência e da aposentadoria para os
funcionários são relevantes. Faremos um grande esforço, na impossibilidade de
participar do evento, de, ao menos, estarmos presentes na quarta-feira, já
estamos colocando na nossa agenda, participando do coquetel de
confraternização. Parabéns a vocês.
(Revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O
SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meu caro Valtair,
Presidente da ASCAM, é uma alegria muito grande da nossa parte poder, em nome
da Bancada do Partido dos Trabalhadores, dar a nossa saudação ao trabalho
desenvolvido pela ASCAM, pela participação e contribuição que a ASCAM tem dado
à ABRASCAM. Temos verificado, muitas e muitas vezes, o quanto tem sido
importante o trabalho de assessoria, de direcionamento, de preparo técnico de
muitas Câmaras do Estado do Rio Grande do Sul. Portanto, com a participação de
Vossa Senhoria à frente desta entidade, temos visto, muitas vezes, a
participação de várias pessoas que conhecemos de Câmaras do interior do Estado
que buscam aqui esse suporte técnico, profissional, que, pela nossa relação tão
próxima, pela participação dos funcionários desta Casa, é fácil até termos
assessoria no corredor, mas, para quem está distante, busca, sem dúvida
nenhuma, neste Seminário, inclusive neste que estará sendo realizado a partir
de quarta-feira, um elemento extremamente importante no preparo e
desenvolvimento dos nossos funcionários de Câmaras, ainda mais que agora
estamos diante de novas legislações: a questão da previdência, a questão da Lei
de Responsabilidade Fiscal.
Vi também que
um dos pontos polêmicos está no controle dos gastos das Câmaras de Vereadores.
Vossa Senhoria, a sua diretoria, os palestrantes poderão dar uma grande
contribuição, na medida em que têm exemplos sobejos de como se pode cuidar, e
cuidar bem, do dinheiro público, fazendo uma gestão cautelosa, cuidadosa dentro
dos parâmetros da ética e da própria legislação vigente no País.
A nossa
saudação, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Sr. Valtair, eu quero, em nome da Bancada do PDT, em meu nome, em nome dos Vereadores Nereu D’Avila, João Bosco Vaz, Humberto Goulart e Isaac Ainhorn, saudar e estender a todos os funcionários desta Casa.
Eu tenho dito
várias vezes - e repito quantas vezes forem necessárias - que o Vereador, por
mais sábio que seja, se não tiver uma sustentação, uma retaguarda forte,
competente, como são os funcionários, ele não conseguirá realizar o seu
trabalho da forma como deseja.
Portanto,
Valtair, quero aqui reconhecer o trabalho de vocês e tudo o que vocês
representam nesta Casa, inclusive dando este conhecimento a outras Câmaras do
interior do Estado, pois, creio que será um aprendizado a essas pessoas, para
que consigam levar aos seus Municípios esses conhecimentos que vocês estão
transmitindo a eles.
Sr. Valtair,
quero, mais uma vez, saudá-lo e fazer um agradecimento muito profundo ao senhor
e aos seus colegas. Transmita aos seus colegas o nosso sempre fraterno
reconhecimento pelo trabalho que vocês representam para esta Casa, enfim, para
o conjunto dos trinta e três Vereadores. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Queremos agradecer a presença do Presidente da
Associação dos Servidores de Câmaras Municipais do Rio Grande do Sul –
ASCAM/RS, Sr. Valtair do Amaral Madalena, e dizer que temos a convicção
absoluta da importância de congressos como este, o XIII, pela relação que a
ASCAM, por meio da sua capacidade técnica e da sua estrutura, pode fornecer a
todas as Câmaras Municipais, é claro que à Câmara Municipal de Porto Alegre,
mas, principalmente, às Câmaras das cidades menores, do interior do Estado, que
encontram nesses congressos, talvez, o seu grande momento para que possam estar
aperfeiçoando ou tomando conhecimento desse novo momento na questão
administrativa pública no Estado do Rio Grande do Sul.
Então,
parabenizo a ASCAM, na pessoa do seu Presidente, e a todos os assessores e
funcionários municipais, na certeza de que teremos um grande Congresso.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às
14h46min.)
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia – às 14h47min): Estão
reabertos os trabalhos.
O
SR. PAULO BRUM (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a V. Ex.ª que passemos,
imediatamente, ao Grande Expediente, tendo em vista que hoje o período é
destinado a assinalar o primeiro ano de aniversário da nossa AACD de Porto
Alegre e também divulgar o 4º Teleton, um programa que busca a realização de
diversos centros de reabilitações no País todo.
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Requerimento de autoria do Ver. Paulo Brum
solicitando a inversão da ordem dos trabalhos. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O
SR. ERVINO BESSON (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro um minuto de silêncio
pela grande perda do ex-Prefeito e ex-Deputado Estadual Romildo Bolzan, que
deixou uma história neste Estado como Prefeito de Osório, três vezes de mandato
como Deputado Estadual, quatorze anos como Conselheiro do Tribunal de Contas e
que também assumiu a Presidência do Tribunal. É um homem que deixará, sem
dúvida nenhuma, um vazio no nosso povo do nosso Rio Grande, pelo trabalho e por
tudo o que representou na sociedade gaúcha.
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Faremos um minuto de silêncio em memória do
ex-Deputado Romildo Bolzan, na certeza de que foi uma das grandes bandeiras, um
dos grandes legados do PDT. Esta Casa não poderia se furtar desta homenagem.
(Faz-se um
minuto de silêncio.)
Passamos ao
O Grande
Expediente de hoje será destinado a assinalar o transcurso do 4º ano do Teleton
e o 1º ano do Centro de Reabilitação – AACD - Porto Alegre, nos termos do
Requerimento nº 198/01, de autoria do Ver. Paulo Brum.
Convidaria o
Sr. Mario Degani, que é diretor da AACD, que se juntasse à Mesa Diretora.
O Ver. Paulo
Brum está com a palavra no Grande Expediente.
O
SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Hoje, o período do Grande Expediente,
por minha solicitação, é destinado a homenagear o primeiro ano de aniversário
da nossa querida AACD, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, a Associação de
Assistência à Criança Portadora de Deficiência Física e também já fazermos uma
homenagem ao nosso 4º Teleton, que, segundo informações do Dr. Mario,
realizar-se-á agora no mês de outubro. Portanto, a homenagem desta Casa a nossa
AACD e, também, ao Projeto Teleton.
O Teleton é um
projeto de unidade nacional, desenvolvido especialmente para levantar recursos,
visando ao tratamento de pessoas portadoras de deficiência física. Trata-se de
um evento único em sua categoria, que busca conscientizar a população a
respeito das impossibilidades de um deficiente físico. O programa é apresentado
durante vinte e quatro horas ininterruptas em redes nacionais de televisão,
acompanhado de diversos veículos de comunicações, como rádio, revistas e
jornais. Atualmente, mais de vinte países, em todo o mundo, realizam o Teleton.
Sempre com o objetivo de ajudar os deficientes físicos mais necessitados. Na
América Latina o evento é realizado no Chile, Panamá, Peru, Equador, Paraguai,
México, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Bolívia, Honduras e El Salvador. No
Brasil, o Teleton pode ser realizado apenas pela AACD e sua arrecadação é
dirigida unicamente para a construção e manutenção de centros de reabilitação.
O Projeto Teleton já construiu três centros de reabilitação, entre eles: em
Pernambuco, na nossa Porto Alegre e em Uberlândia, Minas Gerais. E o 4º Teleton
tem a pretensão de construir mais um centro de reabilitação, destinado a
atender as crianças com deficiência física.
O 4º Teleton
será em outubro na Cidade de São Paulo. E este ano a AACD fechou parceria com a
SBT para a realização do 4º Teleton, onde a SBT entra como parceiro na produção
da maratona televisiva. As imagens serão geradas nos estúdios do SBT, com sinal
aberto para todas as emissoras, com transmissão ininterrupta durante vinte e
quatro horas.
A AACD foi
fundada em 1950, é uma entidade sem fins lucrativos, voltada ao atendimento da
criança e do adulto portador de deficiência física, com prioridade para a
população carente, promovendo a integração social e cultural de seus pacientes.
Atualmente, a instituição é reconhecida como uma das melhores do País,
apresentando equipamentos de última geração e uma equipe de profissionais
extremamente capacitados. A entidade atende cerca de mais de dois mil pacientes
por dia, sendo que 85% do atendimento é totalmente gratuito. Sua receita provém
basicamente de doações de empresas ou de pessoas físicas, trabalhos
voluntários, comercialização de cartões de Natal, brindes e produtos
ortopédicos, a Campanha do Cofrinho, sobre a qual o Dr. Mário fará uma
explanação, e eventos, como a feira da oportunidade. Com sede em São Paulo, a
AACD possui cinco centros de reabilitação - na matriz da Vila Mariana, em São
Paulo, nas filias da Moca, São Paulo; Recife; Porto Alegre; Uberlândia, Minas
Gerais. Também possui um hospital, uma oficina ortopédica, laboratório de
bioengenharia e um centro de diagnóstico.
Portanto, Dr.
Mario Degani, querido amigo, direção e funcionários da nossa AACD, recebam da
nossa Câmara Municipal, deste amigo, a homenagem ao primeiro ano de aniversário
da nossa Associação de Assistência à Criança Portadora de Deficiência Física,
aqui de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
A nossa AACD
foi inaugurada em agosto de 2000, e a sua sede fica na Av. Cristiano Fischer,
nº 1.510. A AACD é o resultado do projeto Teleton de 1999, promovida pela
matriz de São Paulo com a parceria da sociedade brasileira. A Associação de
Assistência à Criança Portadora de Deficiência Física, como eu disse no início,
é uma entidade beneficente, sem fins lucrativos, e é dedicada exclusivamente à
reabilitação de crianças de zero a dezesseis anos portadoras de deficiências
físicas, tais como paralisia cerebral, más formações congênitas, doenças
neuromusculares, mielomeningocele, amputações, seqüelas de traumatismos, entre
outras. A nossa AACD de Porto Alegre dispõe de um corpo clínico composto por
ortopedistas, fisiatras, neurologistas e urologistas; terapias como
Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Psicologia, Pedagogia,
Hidroterapia, Músico-Reabilitação. Hoje, a AACD de Porto Alegre, segundo dados
que me passaram, atende cerca de quatrocentas crianças em tratamento, com 68%
do tratamento de forma totalmente gratuita. A missão da AACD é bem clara:
manter um amplo serviço de assistência médica, pedagógica, buscando a plena
integração social das pessoas portadoras de deficiências físicas, em especial
as crianças de zero a dezesseis anos.
Dr. Mario
Degani, receba, do fundo do coração, os nossos parabéns, transmitindo a toda a
direção, aos funcionários, aos médicos, terapeutas, todos que fazem da nossa
AACD uma referência nacional no atendimento às crianças portadoras de
deficiência física. Vida longa a nossa AACD. Parabéns às nossas crianças de
Porto Alegre, do Rio Grande do Sul e do sul do País, por esse atendimento
maravilhoso que vocês têm feito aqui na nossa Capital.
Há uma
campanha da nossa AACD, em especial aqui, no Rio Grande do Sul e em Porto
Alegre, porque nós sabemos que grande parte da manutenção do centro de
recuperação depende da nossa contribuição, tanto da nossa sociedade de Porto
Alegre como da rio-grandense. Recebam o nosso carinho, o nosso abraço, que a
nossa AACD continue sempre assim, forte, pujante, para o bem das nossas
crianças. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra no Grande
Expediente por cessão de tempo de Ver. Cassiá Carpes.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Dr. Mario
Degani, o Ver. Raul Carrion solicita que eu fale em nome da sua Bancada. Devo
dizer que estou falando em nome do PTB, no tempo que me cedeu o Ver. Cassiá
Carpes. Em meu nome, em nome do Ver. Haroldo de Souza e do Ver. Cassiá Carpes,
cumprimentamos a AACD e também o Teleton. Cumprimentamos a Associação, quando
ela completa um ano de existência, e já diz por que existe. O Ver. Paulo Brum
informa que já são quatrocentas crianças que estão recebendo as atenções
técnico-profissionais da Associação. Cumprimento o Ver. Paulo Brum, que, nesta
Casa, tem, Presidente Mario, um papel extremamente importante no cuidado, no
zelo, de um modo geral, daqueles que carregam, seja decorrente de acidente ou
congenitamente, algo que não é uma limitação. Tenho sustentado, no curso deste
debate, que temos uma Constituição, a qual assegura a igualdade de todos
perante a Lei. Se a Constituição assegura a igualdade de todos perante a Lei,
nós temos de trabalhar na legislação e nos meios instrumentais, no sentido de
fazer com que o deficiente tenha igualdade perante a Constituição. Esse é o
grande conteúdo e o grande sentido da Constituição, ou seja, dar igualdade a
todos.
Os problemas
de deficiência podem, perfeitamente, ser atendidos, na medida em que se criem
instrumentos e mecanismos como a presente Associação, de que, em boa hora,
comemoramos o aniversário. Então se a sociedade se compenetrar, se a sociedade
e os seus instrumentos, sejam eles governamentais ou não governamentais,
compreenderem a importância e o papel que o deficiente tem, inclusive como
força de trabalho, e se busque atender às suas necessidades peculiares, na
medida em que a sociedade tiver consciência dessa importância, nós teremos tido
grandes avanços. Então, diante desta perspectiva é que nós queremos saudar a
Associação, AACD, e o Teleton, pelo seu trabalho.
Enfim,
valendo-se do instrumental poderoso que tem nas mãos, a SBT, far-se-ão os
aportes indispensáveis ao desenvolvimento desta magnânima, cristã,
transcendental atividade que a Associação desempenha.
Então, nós
queremos, aqui, saudar o Dr. Mario Degani, a Instituição, as demais pessoas que
estão aqui presentes e que Deus proteja a Associação, que continue prestando
este serviço relevantíssimo, principalmente à criança deficiente de zero a
dezesseis anos, porque ela estará, efetivamente, cumprindo e fazendo cumprir a
sua tarefa, na medida em que conscientiza um dos dispositivos fundamentais,
porque, do contrário, teremos uma nação, uma pátria dividida, se, através das
suas leis, da sua Constituição, não oferecer a igualdade a todos. O deficiente,
como tal, é uma pessoa que pode ser inserida nos meios de produção, quase que
na sua plenitude, quando se tiver recursos, meios, instrumentos, principalmente
os que a Associação está propiciando. Recebam a nossa saudação, os nossos
cumprimentos e continuemos, Ver. Paulo Brum, homenageando, aqui, a Associação,
que está fazendo um ano. Meus cumprimentos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Dr. Mario Degani está com a palavra.
O
SR. MARIO DEGANI: Sr. Presidente Ervino Besson, presidindo este ato,
o nosso querido Ver. Paulo Brum, o grande colaborador da AACD, a quem todos os
senhores conhecem, com seu longo trabalho prestado à nossa população
porto-alegrense; Ver. Elói Guimarães, que nos brindou com suas palavras maravilhosas,
que são sempre um incentivo ao nosso trabalho; agradecemos também ao Valtair
Madalena, pelo trabalho dele na ASCAM; quero agradecer aos meus companheiros
aqui presentes, nossos colaboradores da AACD, o Cléo, a Ana Paula Andréa,
Coordenadora do Voluntariado, a Mônica - o voluntariado é uma força muito
grande dentro da AACD -; colaboradores, amigos, demais presentes, meus queridos
Vereadores e Vereadoras. Nós, mais uma vez, podemos dizer que retornamos a esta
tribuna com grande alegria, porque esta Casa tem-nos brindado com excelentes
momentos, quer pelo trabalho em conjunto de todos os senhores, que eu sei que
não estão presentes em todos os nossos eventos, mas sei que trabalham dando
força, e ao companheiro de vocês, Ver. Paulo Brum, a quem eu poderia ficar os
oito minutos enumerando tudo o que ele tem feito pela nossa entidade. Realmente
conseguimos grandes avanços no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, com esse
trabalho desenvolvido, que eu poderia dizer, pelo meu supereficiente Vereador
Paulo Brum. Temos um exemplo nítido de que esse trabalho que nós fizemos e que
estamos desenvolvendo no Rio Grande do Sul não é em vão. Porque apesar de suas
deficiências, sei que o Ver. Paulo Brum é um operoso fantástico.
Estamos, em
vários momentos, buscando melhorias para a nossa AACD, quer no transporte, quer
na liberação de passagens, tantos eventos que tomaria muito tempo se fôssemos
descrever. Mas esta comunidade de Porto Alegre está de parabéns, porque tão
maravilhosa é esta comunidade que nos deu esse prazer, essa satisfação de fazer
com que a AACD do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre, batesse recordes. Os
nossos recordes estão nos nossos resultados; os nossos resultados, hoje, são
grandiosos, talvez bem maiores do que, talvez, mereçamos, mas estamos muito felizes
com esses resultados. Os resultados, para nós, são o número de pessoas e,
principalmente, de jovens, de crianças que temos tratado aqui em Porto Alegre.
Nós já estamos passando de quatrocentas e cinqüenta crianças atendidas e
pretendemos atender, dentro do nosso limite, seiscentas crianças. Para V. Ex.ªs
terem uma idéia, no primeiro semestre, atendemos a trinta e duas mil
assistências, ou seja, quando eu falar em assistência significa praticamente
trinta e duas mil horas de atendimentos, dentro da AACD. Nós temos de elevar
esse número para chegar a cerca de cem mil horas por ano. Nós estamos nesse
esforço com a nossa equipe, com o nosso trabalho, com o nosso voluntariado e
todos que estão engajados em buscar esse objetivo. Quero sempre continuar contando
com o apoio e com esses momentos que traduzem uma grande felicidade para nós.
Nós temos
algumas campanhas que gostaria de enumerar: tivemos a satisfação, na semana
passada, na sexta-feira anterior a última, de inaugurar o Centro de
Reabilitação em Uberlândia que, justamente com o resultado da campanha do
Teleton anterior, tivemos a construção, a inauguração e o início da
inauguração, na região do Triângulo Mineiro, já atendendo a duzentas e vinte
crianças, quer dizer, no dia da inauguração, já havíamos iniciado o tratamento
a duzentas e vinte crianças.
Então, são
duzentos e vinte novos assistidos e esse Centro deverá ter atendido ao redor de
quatrocentas crianças dentro de um ano e, realmente, foi um trabalho
maravilhoso da comunidade local, dos nossos irmãos mineiros. Estava lá o
Presidente da Câmara Municipal de Uberlândia, juntamente com toda a força do
empresariado local, das famílias, dos grupos de trabalho, e várias entidades,
colaborando para que fosse mais uma realidade da AACD no Brasil. Então, o que
queria dizer a vocês é o seguinte a AACD tem várias âncoras e para vocês terem
uma idéia de valor, este ano, a necessidade para que a AACD funcione em nível
de Brasil é de 50 milhões de reais. Nós não contamos com fundos, realmente, de
Governo, diretamente, contamos através de trabalhos feitos ao SUS e outros bem
menores. Então, a nossa principal âncora, hoje, chama-se hospital, porque a
AACD realmente teve a grande honra de ganhar o prêmio este ano de melhor
hospital do Brasil.
Hoje nós temos
um hospital completo em São Paulo, para atendimento dos nossos pacientes e que
também serve de renda para outros serviços prestados, porque a nossa
qualificação como hospital é superior em nível de Brasil. Este nos dá mais ou
menos desse valor que nós temos em torno de 20% da nossa arrecadação, onde
temos o resultado. Os outros 20% a 25% vêm do Programa Teleton, o qual nós
vamos entrar na quarta edição neste momento, e pretendemos este ano bater,
talvez, um recorde. O primeiro arrecadou 13 milhões; o segundo, 9 mil e 500; o
terceiro, 10 milhões , e nós queremos passar de 13 milhões de reais este ano.
Isso porque o Grupo SBT nos cedeu o seu local, ou seja, dentro de sua sede,
onde nós temos condições de melhorar todo o nosso programa, fazendo realmente
um programa, talvez, quase inédito no Brasil em termos de atrações, em termos
de resultados. Então, acho que nós vamos conseguir, nós precisamos, porque nós
temos que crescer, e as nossas necessidades crescem dia a dia, cada vez mais
temos novos casos que chegam a AACD e que nós temos que tratar.
O que tem de
maravilhoso na AACD, eu vou dar um exemplo típico para vocês, não é querer
trazer nenhuma emoção a nenhum dos presentes, mas quero dizer a vocês, no
momento em que entramos na AACD, e vejo uma mãe com uma filha de quatorze,
quinze anos, na qual você nota que o corpo dela tinha uma modificação de
posição corporal, ou seja, ela tinha alargado o tórax demasiadamente, eu
perguntei à mãe o que ela tinha. Ela disse: “minha filha estava em estado
praticamente vegetativo durante doze anos”. Ou seja, doze anos ela permaneceu
deitada em uma cama. E agora o que ocorreu com ela? Vejam, os senhores, nós
fomos a São Paulo, há dois anos atrás, levamos na AACD, e hoje a minha filha
caminha, a minha filha fala, a minha filha tem vida. O que eu poderia dizer a
vocês? Eu não teria nada a dizer, só apontar esse momento, realmente... E isso
é que nos dá força, esse é o nosso resultado, isso é o que nós todos da AACD
queremos coletar como o nosso maior salário, que é o salário que vai ao nosso
coração.
Deixo aqui o
meu muito obrigado a todos vocês, meus queridos, dessa grande Cidade que é
Porto Alegre, e dizer que estamos lá sempre de portas abertas para receber a
todos.
Muito
obrigado, Sr. Presidente, Ver. Paulo Brum, a AACD precisa de todos nós. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Dr. Mario, V. S.ª disse que o povo brasileiro está
de parabéns. Eu creio que sim, pois o povo brasileiro reconhece que V. S.ª e
sua Diretoria prestam este extraordinário trabalho social.
Portanto, hoje
ficou uma marca nesta Casa, a marca da história de um povo que tem problemas
físicos que, graças a Deus - como disse o Ver. Elói Guimarães, da tribuna –
ainda existem pessoas como o senhor e sua equipe, dispostos a trabalhar em prol
dessas pessoas.
Ver. Paulo
Brum, receba também nosso reconhecimento pelo magnífico trabalho que vem
fazendo nesta Casa, não poupando esforços para ajudar na solução dos problemas
dessas pessoas que precisam tanto de calor humano.
Dr. Mario, em
nome desta Presidência e, acredito, em nome de todos os Vereadores e
Vereadoras, pedimos a Deus muita proteção ao senhor e sua equipe. Que continuem
com esse belíssimo trabalho social, amenizando os problemas desses deficientes,
colocando-os juntamente com a sociedade, pois são seres humanos iguais a nós.
Que Deus ilumine, cada vez mais, o caminho de todos os senhores.
Suspendemos os
trabalhos por um minuto para as despedidas. Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às
15h18min.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson – às 15h19min): Estão reabertos os trabalhos. O
Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra no Grande Expediente. Ausente. A Ver.ª Clênia Maranhão está com a
palavra no Grande Expediente.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs.
Vereadores, aproveito este momento do Grande Expediente, que coincide com o
período do meu retorno da representação que fiz desta Casa na III Conferência
Mundial Contra o Racismo, Contra a Intolerância, Contra a Discriminação Racial
e o Ódio entre os Povos. A Conferência foi realizada pelas Nações Unidas, entre
os dias 30 de agosto e 7 de setembro, na cidade de Durban, na África do Sul.
Queria dizer
às Sr.ªs Vereadoras e aos Srs. Vereadores que considerei a posição
desta Casa de aprovar, por unanimidade, a nossa representação em uma
Conferência Mundial da ONU, que trata de temas fundamentais deste início de
século, como uma decisão política de um Parlamento que coloca em discussão, em
debate, as questões locais, bem como as discussões políticas de caráter
universal.
O Brasil teve,
na Conferência, um papel da maior relevância, considerando que a maior
delegação entre os noventa a oito países presentes naquela Convenção era a
delegação brasileira. A própria Embaixada do Brasil não conseguiu precisar os
números de brasileiros que se deslocaram até Durban para participar da
conferência da ONU. Estimou que aproximadamente seiscentos brasileiros
estiveram na cidade de Durban, representando entidades não-governamentais de
direitos humanos, de direitos dos afro-descendentes, das mulheres, dos índios e
de outras vítimas do preconceito e da discriminação.
Estiveram
presentes, nas delegações oficiais, Senadores da República, Deputados Federais,
Deputados Estaduais e alguns Vereadores brasileiros. A representação do Brasil
só não foi maior do que a própria representação da África do Sul, o que,
evidentemente, nos coloca numa posição de destaque no cenário internacional.
Foi a primeira
vez que o Brasil assumiu publicamente, no cenário internacional, que é um país
que tem racismo. Do ponto de vista da imagem internacional o Brasil assumiu uma
postura de honestidade, pondo fim a uma política que se refletia numa posição
diplomática hipócrita, internacional, que falava que o Brasil era um país de
democracia racial. O Brasil se respaldava nos dados do IPEA, que mostram uma
enorme desigualdade econômica, onde os afro-descendentes se constituem na
maioria dos excluídos econômicos da nossa sociedade.
Foi
considerada também extremamente avançada a posição brasileira que defendia,
naquela Conferência, a necessidade de ações reparadoras para que a população
afro-descendente pudesse se contrapor a esse processo histórico de exclusão, de
preconceito e de discriminação que tem vitimado de uma forma extremamente
violenta e brutal os afro-descendentes do nosso País. O Brasil ainda tomou uma
posição de vanguarda, quando colocava a questão do preconceito de gênero,
reafirmando as posições que foram tomadas no Congresso de Pequim, colocando,
também, a questão da discriminação contra os homossexuais, como outros atos
condenáveis que devem ser assumidos por todos aqueles que lutam pela igualdade,
contra o preconceito. Nas delegações brasileiras nós trabalhávamos durante dois
a três turnos, todos os dias, sendo que no início de todas as tardes, todos nós
delegados nacionais, éramos presentes numa conferência da própria delegação,
onde se reforçava a posição que era tomada no cenário internacional.
As Senhoras e
Senhores, evidentemente, acompanharam o debate político. O Brasil teve uma
posição extremamente avançada, quando se referia à questão da reparação que é
necessário ser feita e que foi um dos grandes temas polêmicos da Conferência
Internacional. V. Ex.ªs acompanharam a versão da mídia internacional
a respeito dos vários conflitos que lá se estabeleceram, fundamentalmente em
cima do tema do conflito árabe em relação à questão do pagamento ou não da
dívida social e econômica em relação às populações afro-descendentes.
Eu acredito
que, apesar de todos os confrontos e de todos enfrentamentos, a Conferência,
que foi uma das maiores conferências da ONU, significou um novo tempo do ponto
de vista da luta contra o preconceito e contra a discriminação. Primeiro,
porque, pela primeira vez, se conseguiu reunir um número extremamente
representativo da diáspora dos afro-descendentes; pela primeira vez milhares e
milhares de pessoas, que nunca tinham saído dos seus países, que eram
militantes das causas da democracia, dos direitos humanos, da justiça, saíram
dos seus países e retornaram à África, de países do terceiro mundo, de países
europeus para, juntos, procurarem construir uma agenda que, seguramente,
marcará época na luta pelo resgate da cidadania dos afro-descendentes, não
apenas brasileiros, mas de todos os continentes. Evidentemente, aconteceram
conflitos e divergências, porém isso não invalidou o caráter grandioso daquela
Conferência e o nível dos debates que se sucediam de manhã, de tarde e de noite
nos inúmeros e inúmeros plenários que preenchiam um dos maiores centros de
convenção do mundo que é o Centro de Convenção de Durban.
É verdade
também que não se conseguiu chegar a um consenso, talvez até fosse uma ilusão
achar que poderíamos ter um consenso sobre uma questão que reflete as
diferenças econômicas, ideológicas, a diferença de tantas etnias.
Os nove dias
de debate configuraram, no cenário internacional, um novo momento, onde todos
os Governos tiveram que parar para pensar o quanto foi danosa a sua política do
ponto de vista histórico e o quanto essa política tem que ser revertida na
reconstrução de um novo pensamento, na definição de uma nova estratégia e na
aprovação de um novo plano de ação que, enfim, dará um avanço significativo
para pôr fim ao ódio entre os povos, para pôr fim à discriminação racial, ao
preconceito e ao racismo, que haverão de ser banidos da humanidade, quem sabe
um dia, não tão longe, para que as próximas gerações possam ter igualdade de
oportunidade e respeito pelos seus direitos fundamentais. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Grande
Expediente.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no final de
semana, quando tomei conhecimento de uma matéria tirada dos cadernos
pedagógicos da Secretaria Estadual da Educação, confesso a V. Ex.ªs
que alguma coisa deve estar errada, não pode, de forma nenhuma, ser o que estou
lendo, não todos os itens levantados e publicados pela imprensa. Eu até vou
pedir vênia aos telespectadores e às pessoas que me ouvem para dizer que eu
estou lendo e acredito que, quem ouvir também vai ficar em dúvida que isso
possa ter sido veiculado, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pela Secretaria de
Educação do Estado. Isso é inacreditável!
Eu penso que
nós podemos levar as nossas opiniões, o nosso pensamento, a cerca dos mais
diferentes problemas, tendo a nossa maneira de ver as coisas. Agora, o
vernáculo – vejam bem, eu estou a falar da Secretaria de Educação – tem os seus
instrumentos, a sua terminologia adequada, e que se constitui em ética,
moralidade na relação que se estabelece com as pessoas. Quando se escreve, nós
temos de ter o mínimo de respeito conosco mesmos, enfim, com aquelas pessoas
que se relacionam, seja pela forma verbal ou escrita. Mas o que eu li, não
acreditei, Ver. Luiz Braz.
Vou pedir
permissão àqueles que nos ouvem e desculpas, pois lerei o seguinte texto: “Sul
já conta com muitos anos de trabalho como lixeiro do Norte. No Sul vão parar as
fábricas que mais envenenam o ambiente.” – aí tudo bem -. “O Sul é o cano de
esgoto da maior parte da merda industrial e nuclear que o Norte gera.”
Vejam V. Ex.ªs,
que barbaridade! Esse é o termo adequado: que barbaridade! Que possa sair,
vejam bem, da Secretaria Estadual de Educação uma agressão dessa ordem, que
polui e agride, agora, distribuído a quem? A quem é distribuído esse material a
custa do Tesouro? Custa dinheiro para publicar-se as coisas e é caro, tudo é
caro, o Estado paga caro. Mas como se admitir isso, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, que se distribua ao corpo docente, professores e professoras e às
crianças esse boletim, um caderno pedagógico com essa colocação? Mas, afinal,
não se poderia fazer essa colocação com termos éticos que revistam de
dignidade, porque a Língua, o vernáculo é um instrumento que nós temos, que
dispomos para os contatos e as comunicações com as pessoas e ele carrega toda
uma moralidade, mas quando sai da Secretaria Estadual de Educação essa
bestialidade, é uma grande bestialidade. Então essas coisas devem ser
corrigidas porque se quer utilizar esses mecanismos, que se faça por conta
própria e se assuma a responsabilidade de produzir essas bestialidades. Agora
que se use, vejam bem, o erário, a publicação à custa do dinheiro do povo para
se dizer essa bestialidade - não encontro outro termo - está-se agredindo à
sociedade, às crianças, enfim.
Só posso
encerrar dizendo que se me afigura e tem de ter saído, tem de ter a
responsabilidade da Secretária de Educação. A Secretaria de Educação, a boca da
Secretaria de Educação do Estado é uma fossa, uma verdadeira fossa! Não há
outra conceituação possível, quando se lê matéria dessa natureza, que eu
confesso honestamente, quando li pela primeira vez: “não pode ser verdade”. Aí
os jornais deram essa notícia aqui, que está reproduzida hoje. O que eu li não
vou ler de novo, em respeito aos telespectadores, às pessoas que nos ouvem e
que, muitas vezes, nos assistem. Mas é inacreditável que à custa do dinheiro do
povo se agrida da forma como se está agredindo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Grande
Expediente.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Senhoras e
Senhores que nos assistem nas galerias, também as pessoas que nos assistem pela
TV Câmara, eu quero saudar a todos. Eu vou fazer o relato a respeito da viagem
deste Vereador que, na semana passada, foi até o Chile, na cidade de Vigna Del
Mar, representando esta Casa na sétima reunião dos países que compõem o
MERCOSUL. Na nossa chegada no Chile, dirigimo-nos de ônibus até Valparaíso,
pois as reuniões foram distantes da Cidade de Valparaíso aproximadamente 120km.
Tivemos um atendimento muito cordial. Em Valparaíso, na abertura da
conferência, as comissões temáticas foram escolhidas.
Eu quero aqui
resumir e destacar a V. Ex.ªs a importância dessa reunião desses
países que compõem o MERCOSUL: Chile, Paraguai, Uruguai, Brasil, Argentina e
Bolívia. Na abertura, o Prefeito Ernan Pinto Miranda, de Valparaíso, destacou o
que representará no futuro a integração dos países que compõem o MERCOSUL. A
Comissão foi escolhida, com direito a voz e voto nas Mercocidades; e é de
grande importância o que isso vai representar para esses países que compõem o
MERCOSUL. Cada cidade tem a sua estrutura, a sua economia, e não temos sombra
de dúvidas, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, sobre a importância
dessa comissão, a representatividade que vai ter, com voz e voto, para a
decisão dos destinos desses países do MERCOSUL.
Um
pronunciamento que nos chamou muito a atenção, foi ministrado pela Ministra de
Relações Exteriores do Chile Sr.ª Soledad Alveore, que colocou de uma forma
muito clara a representatividade dos seis países que compõem o MERCOSUL, o que
vai representar para o futuro desses países. A Ministra destacou o que
representam hoje esses países onde a concentração da maior renda está nas mãos
de poucos. Se não for feita uma profunda avaliação sobre essa concentração,
vamos ter ainda problemas que levarão uma grande parcela da nossa população,
não só a brasileira, como a de outros países, a uma situação bastante
preocupante. Ver. Pedro Américo Leal, que está ouvindo meu pronunciamento
atentamente, deu para sentir que, se aquilo que foi combinado for levado
adiante com seriedade, o que este Vereador acredita que será, teremos, num
futuro bem próximo, uma ligação entre esses países que compõem o MERCOSUL, de
uma forma mais abrangente, mais séria, para que os povos tenham um retorno mais
satisfatório.
Também quero
destacar que o Prefeito de Porto Alegre Dr. Tarso Genro recebeu um prêmio de
destaque em Ciência e Tecnologia, nesse evento e também em Buenos Aires, em um
ato que marcou de uma forma muito positiva os dois países pelo que representam
hoje o Brasil e, principalmente, o Estado do Rio Grande do Sul nesta integração
dos países do MERCOSUL.
Quero
agradecer ao Presidente desta Casa, Ver. Fernando Záchia, que recebeu o convite
e escolheu este Vereador para representar esta Casa, o que foi aceito e votado
por unanimidade pelos Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras. Fica o meu
agradecimento. Desde já coloco-me à disposição de todos os Vereadores e
Vereadoras para esclarecimentos mais detalhados a respeito dessa viagem. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra em Grande
Expediente.
O
SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é oportuno saudar
aqui o Presidente em exercício, Ver. Ervino Besson pela sua exposição feita
quando da ida ao Chile na reunião das mercocidades em que integrou a comitiva
da Cidade de Porto Alegre, em nome da Câmara Municipal de Vereadores. Sabemos
que sua presença muito honrou e muito qualificou os trabalhos daquele colegiado
que se reuniu para tratar das questões das cidades do MERCOSUL.
O motivo que
me traz aqui, hoje, Srs. Vereadores é para expor uma sugestão que fiz e que foi
colocada à disposição da Casa, apregoada na semana passada, que trata da
criação das Varas Judiciárias especializadas em questões referentes à proteção
do ambiente em seus recursos e aspectos natural, cultural e artificial, bem
como visando ao julgamento de litígios relativos a loteamentos e regularização
fundiária urbana, no âmbito da competência do Poder Judiciário do Estado do Rio
Grande do Sul, em especial da Comarca de Porto Alegre. A proposição que tem por
objetivo a criação das Varas, elas dizem respeito às temáticas urbanísticas,
regularização fundiária, loteamento, infra-estrutura urbana, etc., visto que
tais questões constituem os chamados interesses ou direitos difusos, coletivos
ou individuais.
É verdade que
a nossa Cidade já progrediu, e muito, em questões relacionadas com o ambiente e
às questões relacionadas com a utilização do solo urbano.
Aqui nós vamos
estabelecer alguns fundamentos que levaram a sugerir ao Ex.mo Sr.
Desembargador Luiz Felipe Vasques Magalhães, Presidente do Tribunal de Justiça
do Estado, a proposta de criação dessas Varas. A importância da questão
ambiental e do uso do solo urbano, em especial na Cidade, é de fundamental
importância para a manutenção da vida e a sobrevivência do nosso Planeta. Aqui
nós temos as questões de caráter ambiental e cultural que dizem respeito a
identidade e a memória aos patrimônios que a sociedade construiu. Temos as
questões relacionadas ao ambiente natural, que é o ambiente herdado pelo homem
e que tem se transformado pela ação desse próprio homem, como são os cursos de
águas, as florestas, os mananciais de águas e as matas naturais. Há o ambiente
de trabalho, como um conceito amplo de ambiente, que é aquele que resulta do
trabalho e da transformação que o homem faz para prover a sua subsistência, a
atividade laboral e invoca as questões de bem-estar, de higiene, segurança e
saúde. São as questões relacionadas com o ambiente artificial que é próprio da
natureza humana no seu regramento, no que diz respeito a todos os aspectos da
vida, desde o direito urbanístico, ambiental, às questões sócio-ambientais,
sócio-econômicas, os padrões de relacionamento, o regime político, o saneamento
e a moradia, elementos, portanto, do ambiente.
Quando levamos
a nossa proposição ao Sr. Presidente do Tribunal de Justiça, fizemos com base
no Regimento, porque se tratava de uma incidência ou sugestão sobre um outro
Poder.
Com advento da
Constituição cidadã, de 1988, sabemos nós que, dos direitos fundamentais, que
dizem respeito à vida, à saúde, à habitação e educação, ao direito a um sistema
ecológico equilibrado e que o desenvolvimento seja sustentável, está registrado
na Constituição Brasileira um item, que se chama função social da propriedade,
que traz, de imediato, a todos nós legisladores, à comunidade organizada, ao
Orçamento Participativo, ao Executivo e ao Legislativo a necessidade de que nós
tenhamos medidas e procedimentos que aproximem mais ao direito de todos os
cidadãos, que é o direito à habitação, como parte, também, da ambiência ou dos
fatores de ambiente artificial em que o homem vive.
O Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental da Cidade de Porto Alegre consagrou
as áreas especiais de interesse social e o Rio Grande do Sul tem sido vanguarda
nessas questões. Recentemente, foi aprovado o Estatuto da Cidade, a Lei Federal
n.º 10.257 de 10 de julho de 2001, que regulamentou os artigos 182 e 183 da
Constituição Federal, regulando o uso da propriedade para atender a sua função
social, assim definido no Plano Diretor, consagrando entre outros institutos o
usucapião especial urbano.
O Poder
Judiciário do Estado do Rio Grande do Sul é uma instituição inovadora e que
orgulha o nosso Estado e tem-se mantido atento às questões sociais e às
evoluções que o povo do Rio Grande, que o povo gaúcho precisa. Ações como as do
Ministério Público, seja Federal, Estadual, têm-se consagrado e irmanado nas
tentativas de se fazer com que as questões do solo urbano e a questão da propriedade
tenham o seu encaminhamento mais sério possível. Não podemos, Srs. Vereadores,
Sr. Presidente, passar mais uma década sem que tenhamos soluções que envolvem o
Executivo, o Legislativo, o Judiciário, as brigadas ambientais, as comunidades
organizadas, para se resolver a questão do uso do solo, mormente a questão da
propriedade e da casa onde vivem as famílias.
Quando levamos
essa proposta ao Judiciário, passada por esta consagrada Câmara de Vereadores,
o fizemos na esteira de um debate que já existe nacionalmente, de Varas que se
estão criando especialmente para tratar das questões urbanas. Sabemos que um
dos sólidos pilares da Constituição que diz respeito ao instituto da
propriedade e com as preservações constitucionais, que este instituto tem e
que, portanto, os processos são demorados, são lentos, e que nós sabemos que se
especializarmos uma Vara, como temos as Varas de Família, dos Acidentes de
Trânsito, como temos as Varas especializadas em outras áreas, nós podemos fazer
com que a situação da ocupação do solo, como uma das especificidades da questão
ambiental, seja, de fato, uma questão levada a cabo numa cidade que tem em
torno de trezentas vilas e uma população de aproximadamente cem pessoas morando
em condições sofríveis.
A utilização
do Estatuto da Cidade, do Código de Obras de Porto Alegre, do Plano Diretor, a
exemplo do que foi feito no Rio de Janeiro, a exemplo do que está sendo feito
também no Mato Grosso do Sul, certamente pode ser um passo que eu espero
sensibilizar os Vereadores e as comunidades, bem como tenho certeza de que pela
atenção que nos foi dispensada pelo ilustríssimo Desembargador Luiz Felipe
Magalhães, nós poderemos contar, num futuro breve, com Varas especializadas
para a proteção do ambiente e para julgar litígios referentes a loteamentos e à
regularização fundiária em nossa Cidade e em nosso Estado. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Luiz Braz está com a palavra no período de
Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, Senhoras e
Senhores, eu estou inscrito na Pauta, mas eu estou tão atrás nessa inscrição
que eu acredito que não vou conseguir tempo para falar dos processos aos quais
quero me referir.
Então, vou
aproveitar a cedência de tempo que me faz o meu amigo Ver. Haroldo de Souza
para fazer referência a dois processos que são extremamente importantes que
estão, hoje, na Pauta, e que por isso mesmo, por serem extremamente
importantes, trazem pessoas da comunidade hoje a esta Casa para verificarem o
andamento desses processos aqui na Câmara Municipal.
Um deles é
aquele que cria subunidade de estruturação urbana referente à área do Estaleiro
Só e define seu regime urbanístico e dá outras providências. Eu quero saudar,
aqui, todos vocês que já foram funcionários do Estaleiro Só, que há muitos anos
estão numa grande luta para poderem receber aquilo que lhes é de direito, que
não conseguiram até agora, por causa de problemas enfrentados por essa empresa
falida e por causa de outros obstáculos que foram colocados, mas que, agora,
neste processo, tem uma oportunidade a mais para verem resolvido esse problema
que sei, faz sofrer dezenas e dezenas de famílias que estão a espera de uma
solução dos problemas que aconteceram a partir da falência do Estaleiro Só.
O
Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Eu lastimo dizer a V. Ex.ª e aos representantes dos interessados no
Estaleiro Só, que o Projeto do Executivo, que tem uma Exposição de Motivos de
trinta e sete linhas, é um horror! Não está documentado, não cuidou daquilo que
determina o Plano Diretor e parece aquele tempo em que eu jogava sinuca, que
era: “a não fazer”.
O
SR. LUIZ BRAZ: Esse Projeto trata de um assunto tão importante que, mesmo ele não
estando bem acabado, Ver. João Antonio Dib, mesmo não sendo um Projeto que
mereceu a atenção maior dos técnicos do Executivo, acho que vai caber a nós, no
Legislativo, tentarmos de alguma maneira através das emendas, através de
contatos com a Prefeitura Municipal, sanarmos os seus problemas, porque não
podemos permitir que um projeto dessa importância, tramitando aqui na Câmara
Municipal, que seja rejeitado por essa desídia de algumas pessoas vinculadas à
Administração Municipal. Nós temos que enfrentar esses problemas, temos que
conversar com aquelas pessoas que são interessadas nesse assunto, porque sei
que o sofrimento é grande por parte dessas famílias; eu sei que há muito tempo
eles vêm acompanhando as manobras que são efetuadas, os leilões sem resultado
que são feitos a fim de que possam receber aquilo que lhes é de direito: o
salário que deixaram de receber durante o tempo em que estiveram trabalhando no
Estaleiro Só e, por isso mesmo, acredito que, mesmo sendo um processo que
esteja mal instruído, a esta altura dos acontecimentos, temos de trabalhar
juntos aqui e até com uma certa pressa para fazer com que esse Projeto possa -
corrigidas as suas falhas -, ser aprovado aqui nesta Câmara Municipal o mais
rápido possível.
Eu
disse que tinha dois Projetos para me referir, e eu vou dar um exemplo: Aquela
comunidade que vive ali onde está para surgir a Radial Anita. O traçado que
tinha sido feito iria atingir algumas famílias e iria fazer com que algumas
instituições extremamente importantes para Porto Alegre não tivessem mais
condições de sobrevivência, como é o caso do Banco de Olhos, que dentro do
traçado que existia, teria praticamente que ser extinto. Mas graças a luta da
comunidade que, vendo esses problemas todos, se uniu e começou a discutir, não
apenas com o Executivo Municipal, mas discutir também com esta Câmara saídas
para que o seu projeto pudesse ser aprovado e que esse traçado pudesse ser
modificado, pudesse ser alterado para que as famílias não fossem atingidas e
que o Banco de Olhos e outras instituições pudessem ser preservadas. Essa luta
foi vitoriosa quando da votação do novo Plano Diretor. Nós votamos e demos uma
incumbência - através de um artigo - para que o Executivo mandasse para esta
Casa o traçado viário, que não tinha naquele Plano Diretor, colocando a Radial
Anita como prioridade, e demos um prazo de um ano para que isso acontecesse.
Passou mais de um ano, mas a comunidade não parou de cobrar, a comunidade foi
em cima, e é assim que tem que ser feito. Eu estou citando este caso aqui
porque quero dar o exemplo para que vocês, hoje, que estão iniciando uma luta,
não parem de cobrar, tem de ter cobranças constantes em cima do Executivo e em
cima desta Casa, a fim de que as alterações necessárias possam ser realizadas e
a fim de que o melhor projeto possa ser feito para resolver esses problemas.
E hoje
eu estou aqui com uma cobrança que os moradores da Radial Anita fazem, porque
estão atentos e verificaram que está faltando no Processo um mapa, e sem esse
mapa o Projeto aprovado aqui poderá, quando da execução, ter problemas, poderá
trazer problemas. Então, tenho aqui, mapa da via coletora, que está faltando no
Processo, e aí, de repente, o que faz o Ver. Estilac Xavier, Líder da Bancada
do PT, já está sendo acionado para cobrar do Executivo esse mapa que está
faltando no Processo, pois isso poderá atrasar, sobremaneira, a votação do
Projeto. Então, nós temos de estar vigilantes.
Eu
quero que vocês estejam sempre vigilantes, cobrando tanto desta Casa como do
Executivo Municipal, porque é através dessas pressões, pressões de comunidades
- vocês têm muitas pessoas para cobrar, vocês têm centenas de pessoas que podem
vir fazer pressão sobre esta Casa e sobre o Executivo. Não arrefecerem, jamais,
e sempre estarem de posse do Processo completo para que as alterações
necessárias possam ser feitas. Mas para que ele possa ser votado o mais
rapidamente possível, porque sei que ele pode colocar fim, a votação desse
Projeto pode colocar fim a um drama que eu sei que começou há muito tempo, um
drama que não foi criado por vocês, porque, afinal de contas, vocês apenas
trabalharam, e apenas cobram seus direitos trabalhistas, mas é um drama que
pode, de repente, ser encaminhado para o seu final, quem sabe, através da votação
deste Projeto, através dos Srs. Vereadores e através da atenção que todos nós
devemos ter, Vereadores e comunidade, para os processos que tramitam aqui nesta
Casa. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra em Grande
Expediente, por cedência de tempo da Ver.ª Helena Bonumá.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs.
Vereadores, a generosidade da minha companheira, Ver.ª Helena Bonumá, que me
cedeu o tempo, me permite fazer uma pequena reflexão que se não é do interesse
da maioria dos Vereadores desta Casa, é do interesse, eu creio, da maior parte
da população brasileira.
Rosa
Luxemburg, em 1919, um pouco antes de ser assassinada, durante a Primeira
Guerra, fez uma frase célebre, que dizia: “Socialismo ou barbárie.” Ela estava
antevendo o que hoje a humanidade está passando: nós estamos na barbárie!
Quando se
realiza o “tribunal da dívida interna”; quando nós verificamos que a Argentina
negocia, com os bancos privados, receitas de impostos que irá arrecadar durante
os anos 2002 e 2003 para mandar dinheiro para Walt Street; quando verificamos o
papel que faz o FMI; quando verificamos o aumento assustador da violência,
verificamos que as pessoas entendem que a questão da violência decorre de uma
má prestação do serviço de policiamento, rebaixando e desqualificando o debate
da forma mais sem sentido, não prestando nenhuma grandiosidade, não prestando
nenhum acréscimo ao debate para a solução dos problemas da nossa população;
quando verificamos que a dívida interna quintuplicou o seu valor, que a dívida
externa dobrou a partir do Plano Real, precisamos fazer algumas reflexões, por
que chegamos até aqui? Isso foi muito claro. Logo após a II Guerra, os países
centrais tiveram uma fase de grande desenvolvimento capitalista, um acúmulo
fenomenal de capitais, fazendo com que fosse mais rendoso emprestar recursos
para os países pobres do que praticamente investir em atividades lucrativas.
Com isso, num primeiro momento, os países ricos tinham um grande rendimento, e
os países pobres conseguiram incrementar e sair um pouco da recessão. Isso logo
acabou, com o problema do petróleo e com o aumento dos juros. Principalmente a
América Latina que, a partir daí, deixou de receber capitais e passou a ser um
exportador de capitais, submeteu-se a isso, principalmente em função do maior
instrumento que os países ricos têm, que é o FMI, para abarrotar os cofres dos
países pobres em detrimento da população pobre da América Latina. Essa, sim,
Ver. Beto Moesch, é a causa dos problemas de segurança; essa, sim, é a causa do
sofrimento do povo brasileiro.
Logo depois,
quando os países pobres, Ver. Helena Bonumá, não tinham mais como pagar o juro
da dívida, alguns decretando moratória, como foi o caso do México, veio o
Governo americano, em 1989, e constitui o chamado Consenso de Washington, Ver.
Pedro Américo Leal, cujo objetivo era buscar uma estabilidade financeira. Como
os países pobres não estavam conseguindo pagar o juro da dívida, eles tinham
que achar uma forma de retirar o que restava a esses países pobres. O Consenso
de Washington, que buscou a estabilidade da moeda, para que os países pobres
pudessem cortar recursos que eram implantados e aplicados em serviços públicos,
para que fossem para centros financeiros, teve duas bases principais: primeiro,
a abertura das fronteiras e, segundo, a questão da supervalorização da moeda.
De conseqüência, os países pobres obrigaram-se a fazer as privatizações, sob a
alegação de que, com essas privatizações, adviriam recursos que poderiam
alavancar a sua indústria. O que ocorreu, Ver. Pedro Américo Leal, foi
contrário. Cada vez mais aumentou a vulnerabilidade dos países pobres, como é o
caso da Argentina e do Brasil. Tristemente, isto é um absurdo! A Argentina
conseguiu comprometer os seus impostos de 2002 e 2003 para pagar os juros da
dívida para os países centrais.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu
agradeço o aparte, porque quero lembrar aos famosos Partidos de centro e de
direita que eu sempre tive razão. Há anos eu aponto essas manobras
norte-americanas em direção aos países em desenvolvimento como manobras
ladinas. O Consenso de Washington não é consenso, é dissenso de Washington...
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Consenso para aumentar os cofres, as burras dos
países ricos.
O
Sr. Pedro Américo Leal: E com a autoridade que eu, como militar tenho e
como homem de direita, aponto isso veementemente.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver. Pedro Américo Leal, a sua contribuição neste
debate, eu reputo como da maior importância. V. Ex.ª tem uma posição ideológica
conhecida. V. Ex.ª tem tido coluna vertebral para vir à tribuna e denunciar o
verdadeiro genocídio do povo latino-americano. Antes de conceder novamente
aparte a V. Ex.ª, quero dizer que o plano real não foi nada mais nada menos do
que a absoluta aplicação, no nosso País, de todas aquelas filosofias do
Consenso de Washington. E o resultado é a tristeza que nós vemos hoje do povo
brasileiro, empobrecido; a pobreza absoluta aumentando, e nós, a cada mês,
tendo dificuldades na balança comercial. Mesmo com a desvalorização cambial que
fizemos, estamos cada vez mais pobres, cada vez mais dependentes. Agora, a
Argentina está mal, e nós, vulneráveis que estamos, somos obrigados a pegar um
novo empréstimo para pagar dívidas antigas. É preciso dar um basta a isso!
O
Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) A Argentina economicamente agoniza. Por quê? Porque seguiu os
conselhos e a direção do Consenso de Washington.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver. Pedro Américo Leal, eu entendo que o Brasil
seguiu, tanto quanto a Argentina, aquelas bases estabelecidas no Consenso de
Washington. Apenas o tamanho do nosso País, o tamanho da sua economia, a sua
grandiosidade fazem com que, num tempo maior, ainda consigamos lutar contra
essas dificuldades. Quero dizer que a ALCA é o fim de tudo. Se, com o Plano
Real, estamos doentes e fomos para a UTI, a ALCA significa a morte cerebral
deste País, significa a perda da sua soberania.
O
Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) As Forças Armadas não seguem, absolutamente, os conselhos e a doutrina
do Presidente da República. Não seguem! Ouçam-me: não seguem! E eu não me
correspondo com eles.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver. Pedro Américo Leal, o Exército Brasileiro tem
que se dar conta disto. Se ele, em dado momento, defendeu as fronteiras deste
País, ele tem, hoje, outro papel: o papel de defender a soberania e defender o
povo brasileiro, e não ficar do lado das políticas de um Governo que não é um
Governo que tenha legitimidade, porque um Governo que compra votos para se
reeleger não tem legitimidade. Portanto, Ver. Pedro Américo Leal, V. Ex.ª, que
faz a interface do Parlamento com o Exército Brasileiro, diga aos seus Generais
que chega, que basta, que o povo brasileiro não agüenta mais, não tem mais
sangue, não tem mais suor e sacrifício para encher as burras de Walt Street,
para mandar para os países do G-8.
É hora, sim,
de deixarmos os excluídos desfilarem nas avenidas e fazerem o seu grito de
protesto: “Abaixo o FMI!” Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Passamos às
O Ver.
Almerindo Filho está com a palavra em Comunicações. Ausente. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em
Comunicações por cessão de tempo do Ver. Antonio Hohlfeldt.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando uma jovem
prestimosa, querida e respeitada aniversaria, todas as nossas palavras de
carinho e de amor na homenagem que se lhe presta são dirigidas a ela. No dia 06
de setembro, a jovem, que é a Câmara Municipal, porque as entidades são
diferentes das pessoas, aniversariou e esqueceram-se dela. Os jornais, a única
nota que registram, é que uma entidade foi homenageada na Sessão Solene do dia
06. Os Vereadores esqueceram da Câmara Municipal, que era a grande homenageada.
Por isso é que vou voltar ao dia 06 de setembro e falar como se fosse dia 06 de
setembro.
A Revolução
Francesa não tinha acontecido; a Bastilha estava de pé; a independência
americana não havia sido declarada, a independência do Brasil também não tinha
acontecido, e a Câmara Municipal de Porto Alegre funcionava, e funcionava com
muita eficiência, dirigindo esta Cidade. Em 24 de julho de 1773, sendo uma
Vila, se tornara capital do Estado, antes de ser cidade, e, menos de cinqüenta
dias depois, a Câmara se instalava em Porto Alegre e começava a trabalhar.
Porque os homens de bem eram os escolhidos para Vereadores, eles trabalhavam no
sábado, no domingo ou na segunda-feira, para que pudessem, nos outros dias,
cuidar dos seus afazeres e dos seus negócios. A Câmara de 1773 teve cinco
Vereadores, e a primeira Câmara republicana teve sete Vereadores. A Câmara
dirigiu a Cidade até 1892, e dirigiu muito bem.
Ouvi há pouco
o Ver. Juarez Pinheiro falando de problemas com a Argentina, com o FMI e tantos
mais, e no dia 10 de setembro de 1874, quando a Câmara completava 101 anos,
recebeu Portaria do Presidente pedindo informações sobre a peste que se
manifestou no gado da República Argentina, recomendando medidas que
impossibilitassem a sua entrada na Província. Isso a Câmara fazia.
A Câmara
trabalhou e trabalhou muito, e os Vereadores que a compõe a esqueceram, com
exceção do Ver. Luiz Braz, que fez um pouco de divagações em torno da Câmara e
do seu aniversário.
A Câmara, que
tem de sempre falar, como quando eu falo na Cidade, no Executivo, que o maior
Prefeito que esta Cidade teve foi José Loureiro da Silva sem dúvida nenhuma. E
o grande Vereador desta Casa tem esta Casa o seu nome, José Aloísio Filho,
respeitado, e que fez esta Câmara ser respeitada fora dos nossos limites
geográficos. Se é um outro nome que precisa ser lembrado, exatamente quando a
Câmara fez duzentos anos, encerrava a cerimônia de comemoração dos duzentos
anos com uma conferência: “A Câmara do século XX.”
A Câmara, que
hoje tem trinta e três Vereadores, não recebeu no seu dia de aniversário a
saudação carinhosa que deveria ter recebido. Eu confesso que fiquei
profundamente triste, até porque meu nome estava inscrito para fazer a saudação
dos 228 anos, foi riscado para que se homenageasse a entidade. De qualquer
forma, eu tenho certeza de que não sou o único a querer e a amar a Câmara
Municipal de Porto Alegre, os outros trinta e dois também a amam, mas a
população de Porto Alegre respeita a Casa do Povo e espera da Casa do Povo que
continue acertando, buscando soluções, não criando problemas ao longo de muito
e muito tempo, porque 228 anos foram comemorados, mas nós vamos comemorar mais
ainda.
O
Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. João Antonio Dib, eu tenho a impressão de que V. Ex.ª deveria ter
sido o orador, porque V. Ex.ª é, na verdade, um ex-Prefeito, um Vereador de
várias legislaturas, ama esta Câmara mais do que todos nós. Por que V. Ex.ª não
foi o orador?
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Ver. Pedro Américo Leal, eu voltei no tempo,
voltei ao dia 06 e sou orador que diz que gosta, ama e respeita a Câmara e que
a jovem aniversariante tem de ser mimada por todos nós e estamos fazendo isso
hoje. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Beto Moesch está com a palavra em
Comunicações.
O
SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nos traz à
tribuna algo que nos surpreendeu pela segunda vez: houve um debate no Colégio
Santa Família sobre os alagamentos daquela região, do Bairro São Geraldo, onde
estava presente o Líder da Bancada da situação, Ver. Estilac Xavier, o Ver. Ervino
Besson, Ver. Sebastião Melo, Ver. João Antonio Dib, outros Vereadores e a
comunidade ali presente.
Por que nos
surpreende, pela segunda vez, o fato ocorrido? Primeiro, uma grande liderança
daquela região, a Diretora Irmã Angélica, do Colégio Santa Família, colocou,
respaldada pela comunidade do Bairro São Geraldo, que o Sr. Prefeito, o
Executivo esteve ali, participou dos debates junto com a comunidade, houve
posições que não serviram e frustraram a comunidade, de diversas maneiras, e
até, segundo a Irmã Angélica, desrespeitaram o Colégio e a própria comunidade.
Nós estamos
até agora curiosos para saber a resposta do Líder da Bancada do PT, Ver.
Estilac Xavier, que esteve lá ouvindo, e nós, Vereadores, ainda não recebemos
uma resposta com relação a isso.
Debatemos o
assunto dos alagamentos, aliás, esse foi um dos assuntos mais debatidos neste
ano na Cidade de Porto Alegre, e, mais uma vez, a Irmã Angélica e a comunidade
estiveram aqui usando a Tribuna Popular para pedir o auxílio da Câmara
Municipal para que nós pudéssemos colaborar e solucionar aquele grave problema
de alagamentos na região do Bairro São Geraldo, região do 4º Distrito da Cidade
de Porto Alegre, uma região que ainda precisa-se revitalizar - assim como o
Centro -, uma região que está num decrescente processo cultural, comercial,
residencial e de entretenimento. E veio aqui, portanto, pedir a nossa
colaboração.
Vejam como a
Irmã Angélica e a comunidade exercem a cidadania: chamaram os Vereadores para
debater; antes disso, chamaram o Executivo para debater o problema; vieram a
esta tribuna. Mas nos surpreendemos mais uma vez e, por isso, trago este
assunto ao debate, para, inclusive, junto com a bancada governista,
solucionarmos isso. Pasmem, a Irmã Angélica, Diretora do Colégio Santa Família,
líder daquela região, foi, mais de uma vez, ameaçada, justamente porque pautou
este assunto lá no Colégio. Veio à Tribuna Popular, exercendo a cidadania,
cumprindo com a sua obrigação.
As ameaças à
Irmã Angélica mostram, mais uma vez, que quem exerce a cidadania neste País
acaba sendo perseguido pelo Poder Público. Nós não podemos jamais admitir isso,
por isso estamos debatendo este assunto. Voltaremos agora a tratar disso com a
bancada governista, porque é inadmissível que uma grande liderança, que cumpre
com a sua obrigação, receba - ao invés de um estímulo, de soluções, de ser bem
recebida para solucionar esse problema - ameaças, inclusive estarrecendo os
pais e os alunos do Colégio Santa Família e lideranças daquela região. V. Ex.ª,
que esteve lá: é isso mesmo, ela recebeu ameaças por estar debatendo este
assunto aqui na Câmara de Vereadores. Ameaças, por mais de uma vez. Os pais e
os alunos estão estarrecidos com isso, é um mau exemplo do Poder Público, que
não deixa as pessoas exercerem a cidadania neste País. Mas temos certeza de que
isto não está sendo acompanhado pela bancada governista, e, por isso, esperamos
uma resposta neste sentido. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra em
Comunicações. Ausente. O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra em Comunicações.
Ausente. A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações. Ausente. O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esse assunto
trazido pelo Ver. Beto Moesch é digno de investigação, uma vez que esteve aqui
nesta Casa, em Tribuna Popular, a Irmã Angélica, colocando um assunto do
interesse da comunidade. E, antes, houve um debate, lá na escola, a respeito
dos alagamentos, que é um fato público e notório na Cidade de Porto Alegre. Eu
tenho dito, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que falta à Administração uma
política mais contundente, exatamente nessa área dos alagamentos. E, quando se
fala em assuntos que deixam a desejar no que se refere à Administração
Municipal, é oportuno que se discuta o chamado Orçamento Participativo. Eu já
disse que é um aparelho político. Também penso que o governo que ganhou as
eleições, no encaminhamento da suas questões de administração, pode fazer as
avaliações usando vários métodos. O Partido dos Trabalhadores usa o método
Orçamento Participativo, que é um aparelho dele, onde ele faz as consultas.
Quanto a isso não há o que opor, porque ele poderia diretamente dizer: “Olhem,
parece-me que deve ser feita uma obra aqui, ali, acolá”, mas ele prefere ouvir
o seu aparelho, que é o Orçamento Participativo. O que não se pode passar à
população é dizer que o Orçamento Participativo é uma instância de soberania
popular. Isso tem de ser afastado, Ver. Pedro Américo Leal, porque não
corresponde à verdade! É um instrumento manipulável ao interesse da
Administração, que, a meu juízo, pode fazê-lo, porque, afinal de contas, no
campo da administração, quem governa é o Prefeito Municipal, e, como tal, ele
pode adotar as políticas que entender. Quer dizer, nós aceitamos se não
quiserem dar soberania ao Orçamento Participativo. Aí, tudo bem. Mas, quando se
pretende vender o que, na realidade, não é, não aceitamos.
O
Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª me permite um aparte? (Assentimento do
orador.) V. Ex.ª faz considerações a respeito do Orçamento Participativo, e,
inclusive, evoca, agora, a idéia da soberania. De fato, para o Executivo, que
abriu mão de uma prerrogativa de decidir internamente nos gabinetes a respeito
de como deve mandar as peças orçamentárias, para o Executivo, nessa instância,
Conselho do Orçamento Participativo, há soberania. Agora, a soberania das leis
na Cidade cabe a esta Casa. Portanto, se fizermos o inverso, estaremos
questionando o instituto da democracia representativa. Agora, se é um aparelho
do Partido ou não... O estranho é que essa acusação é feita, normalmente,
porque não houve governo até hoje que tenha feito algo semelhante, que
envolvesse tantas pessoas nos negócios públicos. Esse é o questionamento que eu
faço.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Eu coloco a V. Ex.ª que é um método. Vários
Prefeitos utilizaram diferentes métodos. O Partido dos Trabalhadores reúne um
grupo, que é um aparelho seu, e pode fazê-lo – quero deixar claro que pode
fazê-lo -, porque ele poderia não fazer assim e fazer de forma diferente,
porque ele detém o poder para governar e para implementar as obras que
entender. Ele ganhou a eleição. Mas o que não se pode fazer é passar essa idéia
para a população como se o Orçamento Participativo fosse uma instância de poder
capaz de não concordar com isso ou com aquilo. Não, absolutamente. Não passem à
população essa inverdade. Aliás, há até um determinado momento, ela acreditou.
Não acredita mais. É um método. É estranho.
Vamos ter de
investigar por que essas ameaças à Irmã Angélica. Traz aqui um Vereador esse
assunto, e nós temos de investigá-lo porque é um assunto grave. Afinal de
contas, ela está no exercício da cidadania. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em
Comunicações.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o pronunciamento
desta tribuna do Ver. Beto Moesch me entristeceu. Quem conhece o Ver. Beto Moesch,
com a sua forma tranqüila, sabe que ele fala pouco, mas fala as verdades. Ele
trouxe uma denúncia sobre a Irmã Angélica, Diretora da Escola Santa Família;
trata-se de uma pessoa que tem a responsabilidade de dirigir uma escola com
quase mil alunos. Confesso que isso me entristece. A Irmã Angélica é diretora
de uma escola, reuniu alguns Vereadores, colocou o problema daquela comunidade,
veio aqui na tribuna e fez uma denúncia democrática, defendendo a sua escola, a
sua comunidade, reivindicando algo que vai beneficiar a comunidade que está
sofrendo ao longo de uma década. De repente, então, o Ver. Beto Moesch traz
aqui uma denúncia que eu considero gravíssima: a Irmã está sendo ameaçada. Pela
terceira vez, digo, é um assunto que me entristece; isso entristece não só este
Vereador, mas toda esta Casa.
Aproveitando
mais um minuto que me resta, não poderia, no dia de hoje, Dia da Imprensa, Ver.
João Bosco Vaz, meus caros jornalistas desta Casa, deixar de homenagear esse
setor que presta relevante trabalho para a nossa comunidade, para o nosso País,
a imprensa escrita, falada e televisionada. Saúdo-a de uma forma muito
especial, muito carinhosa por tudo o que representa com o seu trabalho no
dia-a-dia, levando as informações aos lares do nosso povo. Portanto, fica o
nosso carinho e o nosso abraço a todos vocês.
Ontem foi o
Dia do Médico Veterinário e também do Administrador de Empresas. Fica aqui o
nosso reconhecimento por essas categorias que também prestam relevante e
reconhecido trabalho para a nossa população brasileira.
O Ver. João
Antonio Dib, pronunciou-se, há pouco nesta tribuna, dizendo que talvez esta
Casa não tivesse o reconhecimento que deveria ter, quando completou 228 anos de
existência. Uma existência histórica, uma existência que deixou a sua marca por
sua luta histórica dentro deste Parlamento e também, anteriormente, quando
funcionava no Centro da Cidade de Porto Alegre. Ver. João Antonio Dib, eu penso
que essa data ficou marcada, sim, talvez nem todos os Vereadores tenham tido
condições de estar aqui presentes no momento do ato solene, mas tenho certeza
de que a lembrança ficou marcada, profundamente, na alma e no coração de todos
os Vereadores e Vereadoras por tudo aquilo que representa esta Casa do povo.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu estava no
palanque na manhã do dia 7 de setembro. Com os militares, estava apreciando o
desfile da tropa. Repentinamente, sucedeu algo que eu não entendi. A Cavalaria,
a Tropa Hipo, não encerrou o desfile e manifestei a vários oficiais, inclusive
ao Comando Militar do Sul, General Max Hoertel, o meu desagrado, porque num desfile
onde a Cavalaria não oferece aquele trote, aquele galope entusiástico de
parada, para mim, não é desfile. Mas, o que houve? Os excluídos, os
trabalhadores sem-terra, por alta recreação interromperam o desfile e se
inseriram entre a tropa que marchava a pé e a cavalaria. E eles resolveram,
talvez, começar o desfile deles, o Grito dos Excluídos!
Quer dizer, eu
não sei o que esses trabalhadores sem-terra pensam. Eles não têm identidade
nenhuma, ninguém sabe quem são os dirigentes deles, é uma tropa sem comando,
mas com comando, e que leva à baderna, à desorganização e até, por que não
dizer, ao descumprimento da ordem e da disciplina, dos regulamentos e das leis
do País. E fica por isso mesmo. Ouçam bem o que eu estou dizendo: eles estão
tentando enfrentar as Forças Armadas e serão eles mais uns daqueles que vão
cair, porque as Forças Armadas do Brasil não vão perder a luta. Lá, em Marabá,
já inventaram uma história que, através de buscar os documentos Araguaia,
quatro Procuradores de esquerda trouxeram outros documentos sigilosos ao
conhecimento público. Em Santana do Livramento, o Exército faz sempre a sua
assistência social, mas o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra resolveu que
não queria auxílio. Mas que petulância tem essa gente! De onde é que surgiram
esses homens? E essas mulheres? Completamente desprovidos de qualquer
disciplina. Mas disciplina interna eles têm, porque obedecem a um patrão,
obedecem a um comando nacional ou estadual. Porque quando você observa uma
ordem de desmobilizar uma situação de acampamento, eles reduzem as capixabas,
eles tiram completamente as choupanas que eles constróem e abandonam o lugar,
em minutos. O que é que essa gente pensa? Querem enfrentar o Exército
Brasileiro? Pretendem enfrentar o Exército Brasileiro? Pois vão perder a luta.
Vão perder a luta!
Eu tenho aqui
fotografias do jornal Zero Hora:
“Radicais de esquerda interrompem desfile” - não é minha a frase. “Radicais de
esquerda interrompem o desfile.” Está aqui a Brigada Militar às voltas com o
populacho. Porque isso aqui é populacho. São homens de gorro, mulheres,
crianças que não têm o que fazer, gente sem emprego, que nunca teve emprego. Eu
conheci a Encruzilhada Natalino, e sei muito bem o que é isso. São homens que
não tiveram, absolutamente, terra para plantar e que se projetam por aí e que
se constituem em massa para manobra. Eu penso que enquanto é tempo nós temos de
colocar um termo nisso. Essa gente está crescendo de repente. É João Pedro
Stédile para cá, que é o comandante aparente deles. O comandante aparente deles
é João Pedro Stédile. Eles têm um comandante que ninguém sabe quem é, um
estado-maior que todos desconhecem no Brasil. Mas essa gente está crescendo e
está ficando petulante. E nós não sabemos o que eles desejam; a não ser a
baderna, a desorganização e a indisciplina.
Eu creio que a
demonstração que tivemos no dia 7 de setembro, em plena Av. Loureiro da Silva,
frente ao palanque, foi um desserviço que o Movimento dos Trabalhadores Sem
Terra prestou ao País. Eles se mostraram tal qual são: baderneiros! São
baderneiros e não passam disso! Eu acho que as autoridades devem, de uma vez
por todas, contê-los, porque estão ficando arrogantes e dia virá em que eles
invadirão as casas e tomarão os lares. Olhem a poesia de Maiakovski! Eu tenho
ela sempre aqui, sempre no meu bolso: “Na primeira noite, eles se aproximam e
roubam uma flor do nosso jardim e não dizemos nada. Na segunda noite, já não se
escondem, pisam as flores, matam nosso cão e não dizemos nada. Até que um dia o
mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e conhecendo o
nosso medo, arranca-nos a voz da garganta e já não podemos dizer mais nada.”
É o que essa
gente vai fazer! É o que o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra vai fazer no
Brasil. Escutem um homem mais velho que vos aponta o que é preciso conter. Ou
nós contemos essa gente, esse Movimento dos Trabalhadores Sem Terra ou vamos
ser tragados por eles; e as Forças Armadas têm que tomar uma posição. Eu
declaro guerra a eles, não contem mais comigo, depois da afronta de 7 de
setembro, em que vi a arrogância dessa gente pobre, mas também petulante e
arrogante. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, assistimos,
aqui, neste momento, a uma manifestação da Bancada do PPB, através de um
Vereador que tem mantido sempre uma relação de muita independência e muito
espírito crítico, notadamente, nos últimos anos em relação ao Governo Fernando
Henrique Cardoso, que é o Ver. Pedro Américo Leal, que se tem constituído em um
crítico implacável do Governo Fernando Henrique Cardoso por sua natureza
entreguista e a serviço dos grandes grupos internacionais. E tem dito isso em todos
os espaços e fóruns que lhe são proporcionados. E é um homem com quem tivemos
divergências históricas muito grandes, mas não podemos lhe negar a
sensibilidade para que venhamos novamente incorrer em erros que incorremos no
passado.
Todos temos
conhecimento de que, nas solenidades e nos eventos que dizem com as
comemorações da independência da nossa Pátria tem havido os desfiles
cívico-militares dentro de um clima de respeito e de ordem. E, no entanto,
reconhecemos que são legítimas as manifestações daqueles que reivindicam. Mas
essas reivindicações e manifestações têm que se dar dentro de um clima que não
transforme a outra grande festa, a nossa festa que se realiza, em um clima de
baderna. Mas o que mais me preocupa, Ver. Pedro Américo Leal, não é o fato da
manifestação em si, o que mais me preocupa são autoridades que têm sobre si a
responsabilidade da condução, do regime de ordem dentro do nosso Estado negarem
a existência de qualquer fato, e que tudo teria ocorrido dentro da normalidade.
Eu tenho a convicção - e os jornais registram – de que, tão logo se encerrou o
desfile, ou estando para encerrar-se o desfile cívico-militar, o Comandante
Militar do Sul, General-de-Exército Max Hoertel se retirou da tribuna de honra
em sinal de desconformidade com aquilo que estava acontecendo.
Nós não temos
que criar um clima de confronto, nós temos sim de ter a sensibilidade de que
esses confrontos não são positivos para a consolidação das instituições
democráticas neste País. E alguém, neste momento, está tentando criar um clima
de desestabilização neste País sim! E, no passado, no meu tempo de militância
estudantil, eu não consegui compreender o “fenômeno” Cabo Anselmo, mas o
fenômeno do Cabo Anselmo estava diretamente ligado aos interesses daqueles que
queriam desestabilizar o governo democrático de João Goulart, e conseguiram.
Conseguimos, Ver. Luiz Braz, infelizmente, um atraso de trinta anos na História
brasileira, dentro do processo de construção das instituições democráticas
deste País. Redundou num confronto cujos resultados não foram positivos para o
País. A sensibilidade nos recomenda hoje que esse tipo de manifestação... e
esta Casa já deu manifestação política, aqui, quando negou o Título a uma
pessoa que está tentando, neste momento e já em várias oportunidades, insuflar
os agricultores sem-terra contra as autoridades constituídas, esta Casa já
negou o Título ao Sr. João Pedro Stédile, sim, pessoa que há alguns meses
sustentou e vem sustentando políticas de invasão, de saque, de tomada de
pedágios que não é uma política positiva, do ponto de vista de consolidação das
instituições democráticas; ao contrário, acirra as contradições entre as
diversas forças e segmentos que constituem o conjunto da sociedade brasileira.
Lamentamos a
omissão das autoridades aqui do nosso Estado, que negaram os fatos e deixaram
que tudo aquilo viesse a acontecer aqui no desfile cívico-militar da Cidade de
Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs.
Vereadores, é oportuno que se faça referência às manifestações da Semana da
Pátria.
É oportuno
também que se faça uma análise sobre o que aqui foi dito e o que a imprensa
publicou, inclusive pelo respeito que temos ao companheiro e colega, Ver. Pedro
Américo Leal. O Grito dos Excluídos é uma atividade promovida pelas Pastorais
Sociais da CNBB. Contou com o movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra –
MST; Movimento dos Trabalhadores Desempregados, MTD; Movimento em Defesa dos
Moradores de Rua, catadores de materiais recicláveis, professores e estudantes
grevistas da Universidade Federal, PC do B, PSTU e PT. A Brigada Militar, sob
comando do nosso Governador Olívio Dutra, de forma serena e tranqüila, agiu no
processo. E mais, o Padre Darciolei Volpato, da Regional Sul-3 da CNBB,
informou o que houve: “Como a cavalaria demorou, alguns entenderam que já era o
momento de entrar”, porque estava previsto e organizado que, depois do desfile
do 7 de setembro, que, aliás, todos nós homenageamos, seria seguido pelo Grito
dos Excluídos. Sempre foi feito assim, de forma pacífica e tranqüila. Quando se
celebra o dia 7 de setembro, é importante que se coloque na avenida não só o nosso
Exército ou as Forças Armadas, que todos nós respeitamos, mas também aqueles
que produzem a independência deste Brasil e que lutam pela sua riqueza, que são
os trabalhadores de todas as origens.
Se os
empresários quiserem ir às avenidas, deveriam fazê-lo, se as outras repartições
quiserem ir às avenidas, todas poderiam.
Houve um
atraso da cavalaria entre a tropa marchando à pé fez com que houvesse um
problema de comunicação em que entraram, então, os excluídos para fazer a sua
parte, tendo sido interpretado pela Brigada, que sabia que havia a cavalaria
ainda para vir, como um conflito. Está aqui, dito pelo Padre Volpato. Aliás, a
CNBB, Regional Sul, foi homenageada pela Câmara na Sessão Solene no aniversário
desta Casa. O 2º Chefe de Comunicação Social, ilustre Coronel Marcos Miranda
Guimarães declarou: “A cavalaria retardou seu desfile para preservar a
integridade dos manifestantes.” O Comando Militar Sul atribuiu a
responsabilidade pela interrupção do desfile à Brigada, a quem caberia, a
Brigada agiu. Eu estou aqui falando, não sou o porta-voz desse movimento. Se
dele houvesse a premeditação de perturbar o desfile, não teria o nosso apoio,
pode ter certeza disso. Houve uma interpretação de comando. Agora, Ver. Pedro
Américo Leal, mesmo que houvesse entre aqueles homens e mulheres alguém que, de
forma acelerada, quisesse se inverter na disputa contra o nosso exército, o
Exército Nacional não foi feito para bater nem para matar trabalhador! Eu sei
que não, isso foi dito. Pelo contrário; ao nosso Exército está dada a missão de
defender a nossa fronteira, de corresponder à independência do Brasil. Aliás,
se tem um exército que com seus conscritos na ordem de cem mil, duzentos mil a
mais, interfere na vida do País é o Exército Brasileiro quando leva para dentro
das casernas, no serviço militar obrigatório, durante o período de um ano,
milhares e milhares de filhos de brasileiros, que passam, às vezes, a ter
condições de vida, de alfabetização e de saúde em função disso. Fator também de
integração. Mas não é possível admitir que se faça do Exército Nacional o que
se queira, que o Exército Nacional seja um fator de agravo para o povo
brasileiro, porque está aqui para nos defender e para defender aquilo que é
real para nós, que são a liberdade e a democracia. Fora disso, não temos
acordo.
Foi um
lamentável equívoco de comunicação que gerou um problema, em que a Brigada
Militar agiu de forma serena e firme como tem de fazer, sob o comando do nosso
Estado e do seu Governador. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu penso que as
advertências aqui trazidas pelo Ver. Pedro Américo Leal têm de ser pesadas,
porque se tratam de acontecimentos que vêm se reproduzindo em diferentes
momentos e locais, que devem preocupar. Não me consta que estejamos vivendo
fora da democracia. Estamos vivendo uma democracia. Podemos questionar a
questão de ordem econômica, mas vivemos uma democracia com liberdade. E algumas
coisas têm me chamado a atenção, Ver. Pedro Américo Leal, porque não sei se
estou diante de movimentos reivindicatórios ou de movimentos nazi-fascistas. E
vou dizer a V. Ex.ª por que penso assim. Eu passava aqui na frente do Banco
Central, num determinado dia, e havia ali um grupo de sem-terras, vejam bem,
com crianças de três, quatro, cinco anos, e me chamou a atenção porque, em
determinado momento, aquelas crianças, que não estão maduras, não estão formadas,
levantavam o braço esquerdo, com o punho cerrado e gritavam: “MST! MST”, como
palavras de ordem - e o Ver. Estilac Xavier sorri!
Acho que uma
pessoa, na democracia, pode ter o seu lado ideológico. O Ver. Raul Carrion e as
demais pessoas podem levantar o braço esquerdo com o punho cerrado. É uma opção
que têm o direito de fazer. Agora, vejam o que vou dizer, crianças de quatro,
cinco, seis anos de idade, levantando o bracinho esquerdo, com o pulso cerrado,
fazendo proclamações de ordem? Espera um pouco, o que é isso? Lembra o
nazi-fascismo, o nazismo de Hitler, com aquelas crianças de três, quatro, cinco
anos marchando. Sim, é a mesma coisa! Ou vão querer dizer que uma criança de
quatro, de cinco, de seis anos de idade tem consciência para fazer a sua opção?
Então, sofreram aquelas crianças, sim, o direcionamento ideológico. Isto é
violência. É diferente de uma pessoa adulta levantar o braço direito, o braço
esquerdo, como entender. Havia um grupo de trinta a quarenta crianças, de
quatro, cinco, seis anos, levantando o braço esquerdo e cerrando o pulso. Isso
é lavagem cerebral! Não se pode usar as crianças desta forma.
Então, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, a fala do Ver. Pedro Américo Leal tem que ser
pesada, evidentemente. E se o inverso tivesse se dado? Se uma passeata dos
sem-terra fosse tumultuada, o que diriam? "Olha, falta democracia, os
sem-terra não podem caminhar”, e eles vivem caminhando nas estradas, fazendo
seus movimentos. Agora não querem que se homenageie a Pátria num 07 de setembro?
É claro que sabemos que 50% têm mídia; eles querem aparecer a qualquer preço,
mas os outros 50% são uma negação. É bom que comecemos a assumir os nossos
discursos e os nossos papéis e comecemos a sair do muro; é bom que se saia do
muro. Que todos saiam do muro! Esse negócio de dar uma mão para cá, uma mão
para lá; democracia para cá, democracia para lá...Temos de começar a assumir
aqui, na tribuna, as nossas posturas.
O que vi na
frente do Banco Central é lavagem cerebral a crianças de cinco ou seis anos.
Ali as crianças levantavam o braço esquerdo e cerravam o pulso. Que o adulto o
faça, tudo bem, ele tem o direito de fazer, mas que aquelas crianças façam
isso, Ver. Estilac Xavier, é a grande interrogação que temos de debater. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, esse assunto que o
Ver. Pedro Américo Leal trouxe à tribuna deveria ser pauta de discussão, no
mínimo, uma vez por semana, porque nós temos enxergado, praticamente todos os
dias, esses movimentos, tutelados pelo Partido dos Trabalhadores, invadirem as
telas da televisão, os noticiários de rádio, as páginas dos jornais, e dizem
que falam em nome da sociedade, quando, na verdade, a sociedade nem os conhece.
Eu ouvi dizer que aquelas pessoas que invadiram o desfile de 7 de setembro, num
desrespeito total a nossa Pátria, eram pessoas que estavam integrando o chamado
Grito dos Excluídos, vinculadas a alguns segmentos que foram mencionados aqui
pelo meu amigo Ver. Estilac Xavier como pessoas integrantes desses tais
excluídos.
Eu assisti, na
televisão, por poucos minutos, alguns CCs da Prefeitura Municipal ligados ao
PT. E eu pergunto se CCs da Prefeitura, bem pagos, podem estar na condição de
excluídos? Lá estavam engrossando as fileiras daquelas pessoas que davam o seu
grito como se fossem excluídos. Ora, CCs da Prefeitura! E lá estavam eles. Eu
queria que fizessem um levantamento para saber quantos CCs da Prefeitura
estavam presentes.
Verificando um
pouco mais, eu vi que além dos CCs da Prefeitura, não estavam presentes, lá,
alguns segmentos que deveriam ser convidados para estarem no Grito dos
Excluídos. Ver. Estilac Xavier, gostaria muito de ver no Grito dos Excluídos,
por exemplo, os professores do Estado que receberam uma proposta maravilhosa da
Secretária, que antigamente não era Secretária, mas era contra o Governo, e que
hoje ficaram, na verdade, à míngua. Eu gostaria de ver entre esses excluídos,
os da Brigada Militar, da Polícia Civil, todos funcionários da área de
Segurança Pública, que estão e deveriam estar entre esses excluídos, mas eles
não são chamados para se manifestar. Entre os excluídos, deveriam estar aquelas
pessoas ligadas às áreas de alagamento em nossa Cidade. Hoje, por exemplo, eu
conversava com as pessoas da Escola Santa Família, no Bairro São Geraldo, são
mais de mil alunos naquela escola e os alunos não conseguem chegar até a escola
nos dias de alagamento. Eu fiquei sabendo que a última vez que fizeram uma
limpeza na rede de esgoto, naquela região, foi no ano passado. E para se fazer
uma limpeza na rede de esgoto, agora, o DEP contratou uma empresa de fora do
Município para fazer a limpeza nos próximos dias. Agora, quando será feita uma
próxima limpeza? Depois de quantas enchentes e depois de quantas crianças serem
prejudicadas? Então, essas crianças e essas famílias lá do Bairro São Geraldo
deveriam estar entre os excluídos, deveriam ser chamadas para engrossar essa tropa
dos excluídos. Esses realmente são excluídos. Ou então aquelas crianças que,
mal e porcamente, estão recebendo esse ensinamento dado nas escolas públicas do
nosso Estado, esses, realmente, essas famílias, todas elas deveriam sentir-se
excluídas, porque esse ensinamento além de tentar doutrinar de acordo com a
cartilha petista, ainda ensina mal e porcamente essas crianças que lá estão.
Esses realmente são os verdadeiros excluídos, mas esses não são chamados,
porque não interessam; somente são chamados aqueles que são filiados ao PT,
aqueles que são militantes do PT. Essa militância paga que sai às ruas com essa
bandeira vermelha, que está-nos envergonhando, porque ela tenta arrancar das
ruas a verdadeira bandeira verde-amarela que nós deveríamos amar, mas, ao invés
disso, estamos é cultuando essa doutrina que deve ser expulsa do nosso País,
essa bandeira vermelha que vem apenas para infelicitar o nosso povo e que vem
para afrontar um dia que deveria ser importante para todos nós, que é o dia da
nossa Pátria. Mas infelizmente eles invadem as avenidas com os seus militantes,
com os seus CCs pagos apenas para afrontar aquilo que mais amamos que é a nossa
Pátria. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Passamos à
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. 3496/00 - SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria dos
Vereadores Adeli Sell e Beto Moesch, que acrescenta § 3º ao art. 24 da Lei
Complementar nº 12, de 7 de janeiro de 1975, e alterações posteriores, que
institui posturas para o Município de Porto Alegre e dá outras providências, ao
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 023/00, de autoria do Ver. Adeli Sell.
PROC. 1083/01 - SUBSTITUTIVO Nº 02, que dispõe
sobre a garantia de vagas nas escolas municipais de ensino fundamental e médio
para filhos de bispos, pastores, missionários e sacerdotes de qualquer credo
religioso, ao PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 043/01, ambos de autoria do Ver. Almerindo Filho.
PROC. 3194/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
224/01, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, que denomina Rua José Affonso Ely
um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema.
PROC. 3140/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
217/01, de autoria do Ver. Humberto Goulart, que isenta os médicos que prestam
serviços no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre do pagamento de
estacionamento através dos parquímetros instalados nas imediações do HPS. Com Emenda nº 01.
PROC. 3290/01 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 019/01, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que dá nova redação ao inciso IX do
art. 70 da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973, e alterações posteriores, que institui e disciplina os
tributos de competência do Município.
PROC. 3259/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
227/01, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que define diretrizes para uma
política de prevenção e atenção integral à saúde da pessoa portadora de
diabetes no âmbito da Rede Municipal de Saúde e dá outras providências.
PROC. 3371/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 074/01, de autoria do
Ver. Haroldo de Souza, que concede o título honorífico de Líder Comunitária à
Senhora Amália Leal Medeiros.
PROC. 3404/01 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO
Nº 004/01, que cria a Subunidade de Estruturação Urbana 03 de UEU 4036, referente à
área do Estaleiro Só, define seu regime urbanístico e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC. 1064/01 - SUBSTITUTIVO Nº 01, que dispõe
sobre a confecção e distribuição de material explicativo acerca da doação de
sangue e dá outras providências, ao PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 038/01, ambos de autoria do Ver. Almerindo Filho.
PROC. 2911/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
188/01, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que denomina Rua Visconde de Souza
Soares um logradouro não-cadastrado, localizado na Estrada Costa Gama, 4203.
PROC. 3277/01 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
EXECUTIVO Nº 003/01, que regulamenta o art. 162, XV, da Lei Complementar
nº 434, de 1º de dezembro de 1999, definindo o traçado da radial Anita
Garibaldi; cria UEU's, modifica limites de UEU's e Subunidades e define o
regime urbanístico destas.
PROC. 3294/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
232/01, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que institui o Dia do Vizinho no
Município de Porto Alegre.
PROC. 3300/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 070/01, de autoria do
Ver. Paulo Brum, que concede o
prêmio artístico "Lupicínio Rodrigues" ao Grupo Impacto.
PROC. 3343/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 072/01, de autoria do
Ver. João Bosco Vaz, que concede o prêmio de Cinema Eduardo Abelin ao
Jornalista, Publicitário e Cineasta José Pedro Goulart.
3ª SESSÃO
PROC. 2945/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
194/01, de autoria dos Vereadores Beto Moesch e José Fortunati, que institui
distância mínima nas pavimentações dos logradouros do Município de Porto
Alegre. Com Emenda nº 01.
O
SR. PRESIDENTE: O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Câmara, que
nos seus duzentos e vinte e oito anos não foi devidamente homenageada pelos
seus Vereadores, nos seus primeiros duzentos anos, não fazia Moções,
trabalhava. Mas o povo é mais importante do que tudo. No dia que a Câmara fez
cem anos, alteraram o nome da Praça do Portão para General Marques, exatamente
nesse dia. Portanto, há cento e vinte e oito anos, General Marques foi trocado
para Conde de Porto Alegre, e o povo, esse é o que manda, continua dizendo que
lá é a Praça do Portão e não a Praça Conde de Porto Alegre. Por que eu estou
lembrando dos duzentos e vinte e oito anos da Câmara que não foram devidamente
lembrados? É porque nós temos algumas dificuldades para representar este povo,
que sofre, nesta Cidade. Nós temos dito aqui que precisamos de assessores na
área do Plano Diretor. E o Ver. João Antônio Dib tem autoridade para falar
sobre isso, porque quando eu fui Prefeito, eu não preenchi os cargos que eu
tinha no meu gabinete. E todas as vezes que fizeram aqui tentativas de criar
cargos, cargos e mais cargos, eu sempre fui um obstáculo. Até quando eu disse
que precisava de quatro assessores, de repente, ficaram perguntando: “Mas, o
Dib está pedindo assessores?” É, é verdade, nós precisamos, Sr. Presidente, de
assessor para o Plano Diretor, porque hoje nós temos aqui pessoas que estão
preocupadas com dois Projetos de Lei que estão na Pauta: o da radial Anita
Garibaldi, sobre o qual o Prefeito faz uma breve Exposição de Motivos, e no
artigo 1º já diz: “Conforme o disposto nos anexos “a” e b”. Só não tem os
anexos. É uma falta - nós analisamos - de experiência dos técnicos do Executivo
que têm que mandar para cá um projeto que já devia estar aqui há muito tempo.
Agora, eu não sei se é falta de experiência ou se é má vontade. Não tem anexo,
é incompleto. Pode ser mal interpretado, alterado a critério de seus
executores.
O Prefeito
encaminha Projeto de Lei, cumprindo o disposto no artigo 161, mas é no 162,
“definido o traçado da Radial, devendo em um prazo menor de trezentos e
sessenta dias, que foram superados para ser definido o traçado da Radial da
Anita Garibaldi, onde está a planta com traçado da Radial da Anita Garibaldi”.
Eu poderia trazer mais dados que foram aqui colocados, já fizemos uma análise.
E eu estou pensando que os moradores interessados na Radial da Anita Garibaldi
vão ser logrados se esta Câmara não se assessorar devidamente para emendar o
que tem de ser emendado.
Os
trabalhadores do Estaleiro Só, o Prefeito mandou aqui um Projeto de Lei que já
deveria ter mandado há mais tempo. E a sua exposição contendo “atenciosamente”,
“atenciosas saudações”, etc. e tal, tem trinta e sete linhas. Então ele está
querendo dar condições para que se tenha comércio varejista, deve ter um lugar
excelente para fazer comércio varejista. “Exceto depósito, ou posto de revenda
de gás, funerária e postos de abastecimentos, que não estejam vinculados a
atividade náutica. Serviços, exceto oficinas que não estejam vinculadas a
atividades náuticas. Atividades especiais, somente será permitida a instalação
de marinas e equipamentos correlatos.”
Eu gostaria de
ver quem vai ter interesse nessa área, que, segundo o Plano Diretor, é de
revitalização da orla do Guaíba, que tem interesse cultural.
Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, eu fico profundamente entristecido por estar dizendo na Casa
onde o povo deve ser mais respeitado o que eu estou dizendo agora. O Executivo
ou não tem competência, e acredito até que não tenha, ou tem muita má-fé e
má-vontade na remessa desses dois Projetos de Lei.
Sr.
Presidente, devo insistir, precisamos de assessoria para as coisas que estão
vinculadas ao Plano Diretor, porque este Vereador, que já foi Secretário de
Obras, já foi Prefeito, já foi Assessor-Engenheiro, tem dificuldades de
interpretar o que o Executivo manda muito mal a esta Casa. Imaginem outros que
não tiveram a sorte que teve este Vereador de ter ocupado tantas posições nesta
Cidade.
Espero que
haja sensibilidade, e que o povo se represente aqui também, como assessor, para
o Plano Diretor. Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
a Pauta.
O
SR. ADELI SELL: Sr.ª Presidenta, Srs. Vereadores,
ex-trabalhadores, funcionários do Estaleiro Só, eu cuido e trato, neste
momento, de discutir o Projeto de Lei Complementar do Executivo que cria a
Subunidade de Estruturação Urbana 03, referente à área do Estaleiro Só e define
o regime urbanístico em decorrência do que determina o nosso Plano Diretor
Urbano e Ambiental aprovado por esta Casa, que dizia que, na parte que toca ao
Estaleiro Só, uma lei complementar deveria ser trazida a esta Casa, e nós, os
Vereadores, de forma soberana, como Poder independente, deveríamos aprovar ou
rejeitar. Eu proponho a aprovação, porque nós estamos tratando de uma das áreas
mais nobres de nossa Cidade, que, há muitos anos está jogada, abandonada por um
empreendedor que faliu. Hoje, temos uma massa falida, cujo local e patrimônio
foi colocado à venda. Não houve quem adquirisse, até porque ninguém fará um
empreendimento de vulto como esse se não souber exatamente o que se pode ou não
fazer nesse local, até porque, em um determinado momento em que foi a leilão
esse espaço e essa propriedade, estávamos aqui terminando a discussão e votação
do Plano Diretor. Agora, temos um Plano Diretor moderno, ousado, coerente com o
que precisa uma Cidade como Porto Alegre para continuar a ter qualidade de
vida. Agora, a Prefeitura apresenta um Projeto de Lei que, na minha opinião,
trata de colocar para o empreendedor futuro a necessidade de ter um espaço
público, tal qual alguns Vereadores que estavam presentes há alguns dias quando
foi discutido o Parque Germânia, em que, numa extensão de 40 ha, aqui serão, se
não me engano, 53 ao todo, pegando, inclusive, uma parte da Vila que hoje está
ocupada por moradores, 15 ha lá naquela região da Cidade serão ocupados por um
parque público, o chamado Parque Germânia. Espero que, o quanto antes, tenhamos
essa possibilidade, porque com o Parque Germânia naquela região, sendo um
espaço de acesso público, e aqui, na beira do Guaíba, no pôr-do-sol, podemos
ter a grande possibilidade, por exemplo, de termos um píer - vou dar os números
- de 12m e meio por mais de 40m, se eu não me engano, ou seja, um espaço privilegiado
para atracar barcos, e assim nós poderemos reocupar, redimensionar toda a nossa
orla.
Tenho dito que
nós, porto-alegrenses, estamos muitas vezes de costas para o rio, perdemos a
dimensão e a grandeza do Guaíba - lago para alguns - fazendo com que haja uma
integração do cais Mauá - que hoje está sendo redimensionado -, com o antigo
DEPREC, que está sendo redimensionado - com a Usina do Gasômetro -, quase toda
completa, só falta terminar o Teatro Elis Regina, com a possibilidade inclusive
de ter um restaurante panorâmico ali com as melhorias que foram feitas em todo
o entorno, como o estacionamento ao lado do Gasômetro, e o encaminhamento, que
está sendo feito, para a chamada Fazendinha, um parque temático aqui atrás da
Câmara, tendo toda a extensão do Parque Harmonia, Parque Marinha do Brasil.
O que falta,
depois de ser retirada a Vila Cai-Cai, que hoje é um lugar lúdico, de passeio?
É readquirir o Estaleiro Só para a Cidade de Porto Alegre. Precisamos ter o
Estaleiro Só de volta para Porto Alegre, num projeto ousado que dê condições de
o empreendedor utilizar seja para bar, restaurante, um pequeno parque temático,
mesmo um pequeno hotel, porque as alturas são corretamente pequenas, senão
desfigura toda a orla do rio. Podemos ter um empreendedor privado, em
consonância com o Poder Público, fiscalizado por esta Câmara Municipal, e assim
teremos muito em breve o Estaleiro Só de volta, sem dúvida nenhuma, com o
dinheiro que os trabalhadores têm e merecem, porque trabalharam e têm de tê-lo
de volta. Se houver algum problema de correção, meu caro Ver. João Antonio Dib,
sem dúvida nenhuma, estamos abertos para melhorar o Projeto, mas é uma
necessidade para o povo de Porto Alegre. Porto Alegre quer, Porto Alegre merece
ter o Estaleiro Só de volta com o belo pôr-do-sol. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para
discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir
a Pauta.
O
SR. BETO MOESCH: Sr. Presidenta, Sr.ªs e Srs.
Vereadores, traz-nos à tribuna, em período de Pauta também, entre outros
assuntos, o Projeto que cria a subunidade de estruturação urbana referente ao
Estaleiro Só, inclusive pessoas da comunidade que estão interessadas no Projeto
de Lei estão aqui, já conversando com os Vereadores e, é claro, os Vereadores
Adeli Sell e João Antonio Dib que discutiram a respeito desse assunto,
anteriormente, sabem que somos totalmente favoráveis à revitalização da orla do
Guaíba.
Finalmente,
Porto Alegre está ao encontro do Rio, e não de costas para o Rio, finalmente o
porto-alegrense quer o rio de volta, quer usufruir do rio e por isso não
podemos aceitar paredões que inviabilizam que as pessoas possam, como muito bem
colocou o Ver. Adeli Sell...
O
Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Nobre Ver. Beto Moesch, eu penso que eu fui o primeiro a levantar a
tese na Comissão de Finanças, com o Ver. Adeli Sell de Presidente, de que
poderia ser utilizado aquele espaço turística e culturalmente. Agora, o Projeto
de Lei encaminhado pelo Executivo deixa muito a desejar, mas muito mesmo, e não
dá condições para que se faça um aproveitamento para que se possa indenizar as
pessoas que precisam ser indenizadas.
O
SR. BETO MOESCH: Eu ia chegar nesse ponto, porque, como muito bem
foi colocado aqui, para que nós possamos usufruir o pôr-do-sol, nós não podemos
permitir a construção de paredões na orla do Guaíba, tanto que a própria Lei
Orgânica do Município assim determina: proíbe qualquer tipo de construções
nesse sentido.
Eu coloco a
respeito da importância deste Projeto, porque ele traz a debate algo que é de
fundamental importância, no sentido de que o Estaleiro Só possa voltar a ser da
sociedade. Esse é o objetivo do Projeto de Lei. Sobre como ele se dará, aí sim
temos de debater sobre esse assunto na Câmara de Vereadores. Nós somos
favoráveis a que o Estaleiro Só volte a ser da comunidade, mas precisa, e nós
já colocávamos isso antes, ser melhor debatido e está justamente na Casa do debate.
Eu quero saber, por exemplo, o que o Conselho Municipal do Meio Ambiente, que é
o órgão instituído pela Lei Complementar nº 369, tem a dizer, porque nós não
podemos aprovar um Projeto de Lei neste sentido sem o debate prévio do Conselho
Municipal de Meio Ambiente. A Lei assim determina. O que o Conselho do Plano
Diretor pensa? O que a sociedade, de um modo geral, pensa com relação a isso?
Nós somos, sim, favoráveis totalmente. Este Projeto terá esse apoio, com as
alterações necessárias, para que o Estaleiro Só, de forma sustentável, volte a
ser um espaço cultural para a Cidade de Porto Alegre. Uma área cultural, de
lazer, uma área verde, ali na beira do Guaíba, um dos espaços mais importantes
da Cidade de Porto Alegre, sem sombra de dúvida.
O Projeto coloca
algumas coisas que gostaríamos de refletir. Permite uma altura máxima de 12m de
construção. Isso poderia ser revisto, por exemplo. Está aqui no Projeto de Lei
Complementar: altura máxima de 12m. Por isso, digo que nós poderíamos aprimorar
o Projeto de Lei. Uma taxa de ocupação de 50%, talvez seja a ideal, talvez uma
taxa de ocupação menor, não sei. Por isso, nós temos de debater.
A assessoria
da nossa Bancada, que estudou o assunto, também coloca, por exemplo, os artigos
81, 82, 83 da Lei Complementar nº 434, de 1999, que diz: “Orla do Guaíba deverá
ser objeto de planos e projetos específicos, a fim de integrar a Cidade com o
seu lago, através da valorização da paisagem visual urbana, exploração do
potencial turístico de lazer e o livre acesso da população.” Aqui, também, a
nossa assessoria diz - e já estava colocando isso para a comunidade interessada
no Projeto de Lei - que vários anexos, mapas, não foram entregues junto com o
Projeto de Lei. E, aí, esta Casa, esta Câmara de Vereadores, não tem como fazer
um estudo mais acurado neste sentido. Infelizmente, isso tem sido o normal do
Executivo: apresenta o Projeto de Lei e nós temos que pedir os anexos referidos
nos próprios Projetos de Lei. Então, nós também estamos esperando isso, mas, é
claro que o simples fato de trazer a esta Casa o debate sobre a revitalização e
a volta do Estaleiro Só, daquele espaço para a comunidade, já é algo de grande
valia. E nós queremos, justamente, aprofundar o debate para que seja um espaço
onde a sociedade de Porto Alegre se beneficie. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra
para discutir a Pauta.
O
SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr.ª Presidenta, Sr.ªs e Srs.
Vereadores, está tramitando, em primeira Sessão de Pauta, o Projeto que cria as
subunidades de estruturação urbana referentes à área do Estaleiro Só, define o
seu regime urbanístico e dá outras providências. Entendemos que esse Projeto é
da mais alta relevância; relevância social, porque através dele poderão,
finalmente, terminar, no Município de Porto Alegre, as causas trabalhistas
relativas aos funcionários do Estaleiro Só, que estão aí há alguns anos.
Sobre a
questão urbanística, vai ser a valorização dos imóveis e da região. Será também
o melhor aproveitamento daquela área, porque Porto Alegre poderá ter na orla
mais alguns equipamentos específicos para abrilhantar ainda mais a Cidade. Os
equipamentos a serem instalados naquela região serão relativos a equipamentos
náuticos ou de turismo; portanto, poderemos ter lá oficinas de velas,
motonáuticas, poderemos ter um hotel de cinco estrelas, fazendo com que cada
vez mais a nossa Porto Alegre, que já é bonita, possa ser mais.
O
Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Nobre Ver. Carlos Alberto Garcia, a minha assessoria diz assim: “Face
às exposições vigentes do Plano Diretor pode se considerar o Projeto de Lei
Complementar do Executivo, ora em exame, um instrumento destruidor de
conquistas anteriores, pois além de desclassificar o Estaleiro Só como área
especial ao instituir um regime comum, encaminha a apreciação desta Câmara um
documento com as seguintes carências: um estudo de viabilidade urbanística e as
plantas e os anexos deveriam complementar o texto legal encaminhado pelo
Prefeito, com trinta e sete linhas.”
O
SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Ver. João Antonio Dib, eu acho que o momento para
fazer correções no Projeto é exatamente este. Eu sempre digo que a Pauta, e
hoje estamos no primeiro dia, é igual a uma menina que vai debutar, ela está
sendo apresentada à sociedade e é isso que está acontecendo hoje com este
Projeto. É o momento em que o Projeto vai ser discutido com a sociedade. Agora,
ao mesmo tempo, V. Ex.ª sabe que o Município não dispõe de recursos para fazer
a desapropriação da área, porque se tornaria inviável. Então, uma das formas
para poder novamente revigorar aquela região é fazer um projeto urbanístico
para que quem adquirir pague, ao mesmo tempo resolva essas questões de
indenizações trabalhistas - e são valores vultosos -, para que a Cidade,
através de investimentos, possa fazer algumas melhorias relativas àquela área
do Estaleiro Só. Agora, volto a dizer: quem vai ganhar com isso é a sociedade,
porque Porto Alegre terá mais um local de referência urbanística, com alta
tecnologia, e o nosso turismo cada vez mais será desenvolvido. Portanto, este
Projeto tem de ser mais discutido, o Ver. João Antonio Dib já colocou alguns
óbices, acho importante, mas o que temos de ressaltar é que os Vereadores, na
sua totalidade, têm de se deparar com este Projeto, discutir, porque, volto a
dizer, será uma grande obra que Porto Alegre terá na sua orla do nosso Rio -
que está há muitos anos parada, inutilizada -, fazendo com que aquele lugar,
que é o cotovelo da Cidade de Porto Alegre, possa ter um outro brilhantismo e
ao mesmo tempo resolver esse problema social que são as causas trabalhistas de
centenas de funcionários que dependem daquilo e até este momento não obtiveram
a sua solução. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): A próxima
Vereadora inscrita em Pauta é esta Vereadora que desiste. A Ver.ª Sofia Cavedon
está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.ª Presidenta, Sr.ªs Vereadoras e Srs.
Vereadores, queria chamar atenção para o PLCE nº 003/01, que regulamenta o art.
162, da Lei Complementar nº 434, Lei do Plano Diretor, definindo o traçado da
radial da Rua Anita Garibaldi.
Este Projeto
de Lei é do Executivo, mas ele tem um caráter comunitário, é resultado de uma
mobilização e de uma discussão muito séria, muito intensa da comunidade sobre o
traçado da Rua Anita Garibaldi. Quando a comunidade ficou sabendo, no inicio de
1999, que o traçado previsto para esta radial era um traçado que atingia casas
de quatrocentas famílias, que atingia uma parte do pátio e quadra de esporte da
Escola Estadual Gomes Carneiro, que é uma escola grande, que funciona em três
turnos, que pegava uma pontinha da ala sul do Banco de Olhos, que atravessava o
Centro Comunitário do Bairro Ipiranga, que pegava a caixa d’água do
reservatório do DMAE que tem lá, com capacidade para 5 milhões de litros, e a
bomba do DMAE passava sobre a Praça Dom Pedro, então era um traçado, segundo a
comunidade depois conseguiu comprovar na sua mobilização no debate junto ao
Governo, que não era o ideal e que, certamente, havia de se procurar
alternativas para prejudicar menos e se conseguir ser mais eficiente, mais
eficaz, com menos custos e menor dano.
O
Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Nobre Ver.ª Sofia Cavedon, um aluno do curso de Urbanismo, se
apresentasse como tese de formatura esse Projeto com três páginas, seria,
certamente, reprovado com nota zero.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Bom, nós trataremos, Ver. João Antonio Dib, de
informar melhor. O Governo Municipal certamente já está sendo informado de que
há uma insatisfação na informação desse Projeto. Mas a minha tarefa aqui é
trazer a origem dessa modificação. Então a comunidade atingida se mobilizou,
levou os técnicos, caminhou com os técnicos e Vereadores, na época, pelo
traçado previsto e juntos, num longo processo, conseguiram constituir essa
alternativa que está apresentada no Projeto.
Foi uma
primeira vitória, o artigo do Plano Diretor que deveria se buscar um novo
traçado. Em vez de quatrocentas famílias atingidas, serão apenas cem casas
atingidas nessa nova proposta. É um Projeto que integra com o Projeto do Parque
Germânia. Portanto, é um Projeto interessante para dar fluxo e qualidade de vida
à região e que resolve também os problemas de fluxo, garantia das linhas de
ônibus.
O
Sr. João Carlos Nedel: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Vereadora, eu queria pedir o seu apoio para o projeto do loteamento
Germânia, que a SMAM está colocando dificuldades para um problema de esgoto a
céu aberto que ela não quer canalizar. Veja, Vereadora, um projeto que vai dar
um parque de 15ha à Cidade não vai continuar com esgoto a céu aberto.
Então, peço a
sua ajuda para influenciar a sensibilidade da SMAM, para que aprove esse
projeto e que não fique com aqueles problemas burocráticos exagerados. Conto
com o seu apoio. Muito obrigado.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. João Carlos Nedel, certamente, a SMAM está
fazendo aquela tarefa, muitas vezes incompreendida. O Ver. Beto Moesch sabe bem
disso. Às vezes a SMAM fica sozinha tentando preservar o meio ambiente. Então,
com certeza, esse debate que a SMAM faz com a empresa que quer fazer o parque,
que é bem-vinda, vai ser um debate frutífero e tenho certeza de que vai
garantir o Parque Germânia e vai preservar o meio ambiente que temos aí.
Mas quero
encerrar, Ver.ª Helena Bonumá, dizendo que temos urgência neste Projeto, a
comunidade da Vila Ipiranga tem urgência no Projeto da radial, porque as famílias
que estavam atingidas pelo primeiro traçado estão prejudicadas, porque o
gravame implica que elas não podem ter o habite-se, que elas não podem
reformar; elas têm dificuldades de vender as casas; elas estão prejudicadas
pelo atual traçado.
Então, nós pedimos
que esta Casa avalie com rapidez e que nós possamos, com urgência, trazer a
Plenário. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr.ª Presidente e Srs. Vereadores, tendo estado
ausente deste Plenário durante toda a semana passada por motivo de participação
em um Congresso de Comunicação Social, que reuniu profissionais de toda a área,
do Brasil e da América Latina, na Cidade de Campo Grande, retorno hoje ao
Plenário desta Casa e à tribuna, com um conjunto bastante grande de
preocupações em torno do momento político brasileiro, tanto presente que se
coloca no Estado do Rio Grande do Sul, na Cidade de Porto Alegre, quanto em
termos de previsões da próxima campanha eleitoral.
O episódio,
que foi tema comentado aqui por diversos Vereadores, ocorrido no último dia 7
de setembro, poderia evidentemente ser lido como incompetência das lideranças
do MST e demais grupos de excluídos ou equívoco, se fosse um episódio isolado.
Ocorre que, infelizmente, já tivemos, há algum tempo, o episódio do relógio, e,
mais do que isso, temos as declarações, transcritas em jornais da Capital, de
líderes do MST e do PSTU, evidenciando que efetivamente houve vontade de
interromper o processo. Alguém chega a dizer que depois da passagem da
Cavalaria, o chão ficaria muito sujo para que os integrantes da Marcha dos
Excluídos transitassem também pela avenida. Esse episódio, Sr.ª Presidente e
Srs. Vereadores, longe de se esgotar em si mesmo – e é isso que me preocupa -,
parece-me que, necessariamente, deve ser lido como um atestado a mais de uma
articulação que, infelizmente, alguns segmentos da esquerda brasileira – não
gosto de usar a palavra radical, e, por isso, vou usar outra – irresponsável
neste País vêm tentando articular e provocar, centrados, muito especialmente,
mas não exclusivamente, no Partido dos Trabalhadores, evidenciando uma
tendência cada vez mais explícita de um movimento autoritário nesse âmbito.
Eu quero
lembrar aqui que, há menos de um mês, o professor e cientista político Paulo
Moura lançou um livro chamado “PT Comunismo ou Socialismo?”, em que ele examina
exatamente esse aparente titubeio do Partido dos Trabalhadores entre ser apenas
um partido reformista - para usar termos de um artigo publicado no Estadão, há
poucos dias, do Professor Denis Rosenfield -, ou de se assumir claramente como
um partido socialista e, nesse caso, assumir-se como um partido que pretende
chegar ao poder pela via democrática e, depois, ocupando esse poder, ditar as
suas regras com muito pouco de democracia. Creio que a saída hoje do Ver. José
Fortunati do Partido dos Trabalhadores, anunciada ao longo da tarde numa
entrevista coletiva que todos nós acompanhamos, que certamente terá repercussão
amanhã, evidencia alguma coisa que, felizmente, para mim, em 1993, eu já havia
começado a me dar conta e que hoje está registrado no artigo do Professor Denis
Rosenfield, do Estadão, chamado “Moralidade(s)?”.
Até pouco
tempo, o Professor Rosenfield, apoiador explícito do PT e, muito especialmente,
do Prefeito Tarso Genro, depois de relatar o episódio do envolvimento do
Governo do Estado com o contrabando de tóxico no Estado e de toda a
contravenção e referir, portanto, a CPI que a Assembléia Legislativa vem
desenvolvendo, pergunta exatamente isso no final do seu artigo: “O que está em
questão é o que é - e deve ser - uma cena pública democrática, cujas regras
valem para todos.” O curioso é que, cada vez mais, existe uma distância em que
o PT gosta de denunciar os outros e a rapidez com que o PT buscar escamotear,
esconder e evitar que se busque esclarecer fatos que envolvam o próprio
Partido, os seus governos ou integrantes de seus governos. Chamo a atenção, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, para a manchete do jornal Estado de São Paulo de hoje, que diz apenas o seguinte: “Marta fez
108 contratos sem licitação em 8 meses.” O Secretário de Governo da Prefeitura
de São Paulo, quando indagado pelo repórter do Estadão, simplesmente disse que não fez licitação porque a “gente”,
ou seja, o PT “achou que era mais conveniente ao interesse público”. Agora o PT
se arroga o direito de, à revelia da lei, decidir o que é do interesse público
e o que não é. Da mesma forma que a notícia de hoje, do Diário Gaúcho, pede que o IPE e seu Presidente se expliquem como
pagam pensões à revelia de decisões judiciais; e o jornalista Elio Gaspari, no
dia 29 de agosto, perguntava se o Deputado Fioravante, que atropelou e feriu um
cidadão em Erechim, dirigindo bêbado, também está acima da Lei. São sinais,
infelizmente, do desrespeito à democracia e à Lei, que o PT, cada vez mais,
apresenta na nossa sociedade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. RAUL CARRION: Sr.ª Presidenta, Sr.ªs e Srs.
Vereadores. No uso do tempo de Liderança do PC do B, queremos fazer referência
a alguns temas que nos parecem importantes.
Primeiro,
quero dizer – como diversos Vereadores já manifestaram, aqui – da nossa
solidariedade para com as pessoas envolvidas com a questão do Estaleiro Só, no
sentido de encontrarmos uma boa solução para a área do antigo Estaleiro Só,
hoje abandonada, sem qualquer uso para a população. Parece-me que o Projeto
enviado pelo Executivo encaminha a questão, e brevemente será apreciada por
todos nós.
A solução
dessa questão também beneficiará os ex-funcionários do Estaleiro Só, que têm
seus direitos trabalhistas pendentes, até hoje, dependendo da própria venda da
área. Cremos que é uma boa solução para a Cidade e para os próprios
ex-funcionários.
Também
queremos fazer referência à solução dada pelo Governo do Estado a um problema
trazido a esta Casa, na semana passada, que é o problema da Escola Gema Belia.
Todos nós pudemos acompanhar a audiência que ocorreu com a Secretária Lúcia
Camini, e a solução que - como era de se esperar, e como nós, em nome da
Liderança do PC do B, havíamos manifestado - contemplou os anseios da
comunidade. Isso, apesar de ser um problema herdado do Governo Britto, que fez
um decreto de desapropriação, mas nunca destinou recursos, nem deu solução, e
deixou o problema para o Governo Olívio, da Frente Popular. Mas o Governo da
Frente Popular não é de correr da solução dos problemas, e, dois ou três dias
depois de trazido o problema a esta Casa - e valeu, também, o esforço da Casa,
penso que foi importante a manifestação de todos nós - saiu a audiência e a
solução com a aquisição de uma área ao lado do atual colégio.
Por fim, eu
queria me referir a um problema bastante sério, Ver. Pedro Américo Leal, que
são as duas medidas provisórias que vêm no “apagar das luzes” da avalanche de
medidas provisórias que o Governo Fernando Henrique propiciou, que já totalizam
mais de cinco mil, Ver. Ervino Besson. Mas, como está por ser aprovada uma Lei
que coíbe a multiplicidade de reedição de medidas provisórias – o que, aliás, é
contrário a nossa Constituição, que só permite a edição de novas medidas
provisórias; mas o Governo usa de subterfúgio de mudar palavras para
reeditá-las... Parece-me que essa nova Lei vem porque eles temem que o Lula
ganhe as eleições e não querem deixar esse instrumento nas mãos de um governo
popular. Mas, vinda em boa hora, essa Lei que proíbe a reedição das medidas
provisórias, o Sr. Fernando Henrique editou dez de uma só vez! Duas dessas,
Ver. Humberto Goulart, sepultando a possibilidade de a classe média ter a sua
casa própria. Não só cortou todos os financiamentos para a classe média através
da CEF, como uma das medidas provisórias determina a indexação mensal das
prestações da casa própria. E isso, Ver. João Carlos Nedel, que o Plano Real,
segundo eles, veio para desindexar a economia. Sabe o que resta de indexado,
Ver. Antonio Hohlfeldt, neste País? Os salários e, principalmente, os salários
dos servidores federais, há sete anos sem aumento, porque o pedágio está
indexado, o combustível, as telecomunicações, a energia, os serviços estão
indexados; e, agora, a prestação da casa própria, adquirida através do serviço
financeiro imobiliário, estará indexada mensalmente para todos os contratos que
ultrapassarem trinta e seis meses. Mas não só isso, além do corte das verbas da
Caixa Econômica Federal e da indexação mensal das prestações do sistema
financeiro imobiliário, foi editada uma outra medida provisória, pela qual, se
o cidadão atrasar três meses a prestação, o imóvel será imediatamente retomado,
facilitando, evidentemente, aos empreendedores, e criando para a nossa classe
média, já tão depauperada, a impossibilidade da casa própria, para não falarmos
da população pobre, que passa as maiores dificuldades, ou nos cinqüenta milhões
de miseráveis que recentemente o IBGE contabilizou.
É lamentável
que, num momento tão difícil para o nosso povo, as últimas medidas provisórias
do Governo Federal estejam prejudicando exatamente a classe média que, aliás,
tem sua base para o cálculo do desconto do Imposto de Renda fixa há anos,
causando um grande e crescente Imposto de Renda. Muito obrigado pela atenção de
todos.
(Revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra,
para uma Comunicação de Líder pelo PSB.
O
SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr.ª Presidenta, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, utilizo o tempo de Comunicação de Líder para falar de um assunto
que já foi por diversas vezes abordado nesta Casa, pelo Ver. Adeli Sell, Ver.
Raul Carrion, que é relativo ao Centro de Porto Alegre, mais especificamente à
temática dos camelôs.
Quero deixar,
de antemão, que não temos nenhuma posição contrária à questão do comércio
informal, mesmo porque sabemos que, cada vez mais, na situação do nosso País,
com alto índice de desemprego, as pessoas precisam sobreviver e o comércio
informal é uma das formas.
Mas, ao mesmo
tempo, temos constatado que, hoje, a situação dos camelôs na Rua dos Andradas
tem feito com que a população esteja descontente e os comerciantes também não
estejam satisfeitos. O que temos de fazer - e o Poder Público está procurando
encontrar soluções - é disciplinar a questão dos camelôs no Centro da Cidade.
Inúmeros Municípios já fizeram isso. Algumas pessoas estão tentando vender a
idéia de que, talvez, fosse importante novamente permitir o tráfego de
automóveis na Rua dos Andradas e já quero dizer de antemão que este Vereador é
totalmente contrário, porque entendemos que não será o fluxo de automóveis na
Rua dos Andradas que vai resolver o problema. Na realidade, esse problema deve
ser atacado de frente, disciplinando-se, cadastrando-se e vendo-se quantos camelôs
existem no Centro da Cidade, só que, voltamos a dizer, a população da Cidade
está descontente e os comerciantes também têm a mesma posição.
A questão do
comércio informal, cada vez mais é crescente em todo o País, embora em Porto
Alegre, na semana passada, os jornais tenham veiculado que diminuiu o índice de
desemprego, mas sabemos ainda que o índice de desemprego em Porto Alegre é de
aproximadamente de 14%, é um alto índice. Melhorou, mas as ofertas de emprego
ainda são raras, basta notar que qualquer anúncio de emprego na nossa Cidade
faz com que haja centenas, talvez até milhares, de pessoas postulando uma vaga,
mostrando que, hoje, mais do que nunca, o que precisamos incentivar no nosso
Município, no nosso Estado e no nosso País, são políticas públicas de geração
de renda. Temos de criar cada vez mais empregos e esses são os grandes
paradoxos do mundo moderno. É um mundo que coloca toda a tecnologia a favor do
homem, mas, ao mesmo tempo, é um mundo que não oferece emprego para que o
cidadão possa, pelo menos, ter orgulho de dizer que é cidadão.
Então,
voltamos a repetir: temos de atacar de frente este assunto que já foi debatido
por inúmeros Vereadores, ou seja, é importante cadastrar o número de camelôs em
Porto Alegre. Temos de tentar localizá-los num determinado segmento da Cidade.
Sabemos que hoje os camelôs não estão só no Centro, nos bairros. Onde existe um
grande número de pessoas, logicamente lá estarão os camelôs para tentar vender
os seus produtos. Voltamos a enfatizar: não somos contra a economia informal,
mas urge que o Poder Público invista para que, o quanto antes, possamos
resolver esse problema na Cidade, para que a população e os comerciantes
possam, novamente, ter a tranqüilidade de transitar pela Rua dos Andradas,
porque, voltamos a dizer, muito se tem falado sobre a questão da revitalização
do Centro, e a revitalização do Centro passa também por isso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.ª Presidenta e Srs. Vereadores, retomo desta
tribuna um assunto que tem sido recorrente nesta Casa, que é a questão das
crianças de rua, e, na última quarta-feira, tivemos aqui um debate acalorado
sobre essa matéria e eu não poderia deixar de voltar a conversar sobre este
tema na primeira Sessão posterior a esse debate.
Eu, primeiro,
quero dizer a esta Casa, especialmente à Bancada do Governo, que nós temos
vinte e dois anos de militância política, política estudantil, política de
bairro e na Ordem dos Advogados, sendo que lá, quando Nereu Lima ainda presidia
a Ordem, em 1990, 1992, eu, que já militava como advogado recém-formado, com
muita honra, fui presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos
Advogados, depois tendo ascendido a sua presidência após a saída de Marco Túlio
de Rose. E a nossa história de luta é uma história sempre na defesa dos
oprimidos, na defesa dos direitos humanos. Então, quando alguém vem aqui nesta
tribuna tentar colocar um carimbo e dizer que este Vereador - por ter rodado um
panfleto para falar da não-participação popular pela instalação da Casa de
Recuperação de Menores de Belém Novo - fez um panfleto para chamar as crianças
de lixo. No mínimo, isso é um ato de molecagem. Não é sério fazer isso, a
política tem de ser feita com seriedade e no campo das idéias, por mais duro
que seja. Mas nunca deveriam fazer esse tipo de ataque, fazer subleituras.
O que eu disse
e volto a repetir é que a Prefeitura de Porto Alegre não consultou a população
da Zona Sul para instalar o chamado Aterro Sanitário que, para mim, é o “lixão
da Zona Sul”. A Prefeitura de Porto Alegre vai instalar em 370ha, na Ponta
Grossa, entre o Belém Novo e o Bairro Guarujá, as lagoas de decantação. E eu
não vi, em nenhum momento até agora, Ver. Paulo Brum, a discussão das
compensações que possam ir para aquela comunidade.
Evidentemente
que ninguém, seja Vereador ou não, vai ser contra a construção de um centro de
recuperação de menores. Claro que a sociedade que queremos e pela qual lutamos
é aquela em que não precisasse ter FEBEMs, Ver.ª Sofia Cavedon, hoje instaladas
por este País afora, pois, infelizmente, esse não tem sido um bom exemplo de
recuperação de pessoas. Mas evidente que, na medida em que você tem uma injustiça
social, no sentido de que milhares de crianças estão nas ruas abandonadas,
inclusive nesta Cidade e a Prefeitura nada tem feito, então, vêm dizer que este
Vereador diz que criança é lixo... Não, eu poderia responder que quem está no
Governo, ou esteve ontem, é que tem tratado as crianças como lixo, porque,
quando foram pegas dentro do porão, mandou chamar a Brigada Militar e mandou
tapar os porões. Vamos devagar e vamos debater o assunto. Achamos que a matéria
relativa à instalação do centro de recuperação de menores, não foi debatida com
a comunidade, Ver. Humberto Goulart. E tanto é que não foi debatida que se fez
uma reunião em Belém Novo que a comunidade provocou, com mais de setecentas,
oitocentas pessoas, e lá estiveram cinco, seis Vereadores e vários Deputados. E
a comunidade levou o assunto para a Assembléia Legislativa, como trouxe à
Câmara de Vereadores, porque este Vereador foi proponente de um ofício para que
esta discussão fosse provocada. O que nós estamos falando é da falta da
discussão. Mas nós não vamos permitir, não vamos aceitar... Porque, querendo
desqualificar a posição de um Vereador de oposição, “Eu o desqualifico e agora
estou com a verdade”, não, vamos devagar, porque temos uma caminhada de muita
luta e não vai ser um discurso isolado que vai manchar a nossa luta pela
inclusão social neste País, luta essa que não pertence a um partido político,
não tem dono. Existem várias correntes nas quais nos incluímos que são
defensoras de uma política alternativa para este País.
V. Ex.ª está
tentando levar o assunto para essa desqualificação, Ver.ª Maristela Maffei,
penso que V. Ex.ª fez uma leitura equivocada, porque o que estamos referindo é
a falta de discussão política dessas matérias, e jamais pretendemos levar esse
tema para o campo que os Vereadores governistas quiseram levar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Havendo quórum, passamos à
(encaminhamento: autor e
bancadas/05minutos/sem aparte)
1º TURNO
PROC. 0949/01 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº
002/01, de autoria da Bancada do Partido Progressista Brasileiro, que dá nova redação ao caput do art. 51 da Lei Orgânica do
Município de Porto Alegre. (redução do período de recesso parlamentar)
Parecer:
-
da Comissão Especial: Relator Ver. Cassiá Carpes: pela aprovação do
Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois
terços dos membros da CMPA, em ambos os turnos - art. 130 do Regimento da CMPA;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA.
A
SRA. PRESIDENTE (Helena Bonumá): Em votação nominal o PELO nº 002/01, Processo nº
0949/01. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar,
como autor, o PELO nº 002/01.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.ª Presidenta e Srs. Vereadores, é um Projeto de
Lei que visa à redução do período de recesso parlamentar. Evidentemente, este
Vereador é o primeiro signatário, por isso estou falando como autor. Eu não vou
impor a minha vontade, nem poderia, mas espero que cada Vereador faça o voto de
acordo com a sua consciência e de acordo com aquela regra que eu sempre digo:
todo político tem de ter sensibilidade e capacidade de resposta. Eu penso que
estou respondendo aos anseios da população que quer ver esta Câmara trabalhando
mais, especialmente não fazendo tantas moções, como ocorre aqui. Nós temos
muito mais a realizar por esta Cidade do que apenas fazer moções.
Eu não vou
gastar os cinco minutos que tenho para falar, porque cada Vereador já tem o seu
posicionamento, e nós estaríamos perdendo mais tempo. Saúde e paz. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para
encaminhar o PELO nº 002/01.
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu me congratulo
com todo o Plenário por termos pela primeira vez concordado e obedecermos a
pauta. Isso é um fato inédito.
Quanto ao
Projeto do meu ilustre Líder de Bancada e meu amigo pessoal Ver. João Antonio
Dib eu estou muito à vontade para dizer que esta Câmara trabalha como poucas
vezes eu vi um elenco de homens e mulheres trabalharem, e eu até reclamo, pois
penso que Porto Alegre deve ter quarenta e cinco Vereadores. Eu estabeleci esse
número para que os Vereadores possam atender a todos os seus compromissos,
porque os Vereadores se sentem assoberbados de trabalho. O Ver. Aldacir Oliboni
sabe disso, e o Ver. Humberto Goulart também acompanha-me na Comissão de Saúde,
nós fazemos duas reuniões por semana e sempre digo aos presentes, convidados
que vão lá para esclarecer problemas ou vão solicitar o nosso trabalho de
Vereador em prol de suas causas, que Porto Alegre não pode atender, com trinta
e três Vereadores, a um milhão e meio de eleitores, não pode absolutamente
atender com eficiência e com folga a todas as problemáticas que pesam sobre os
ombros dos Vereadores, é uma monstruosidade. Não é possível para o Vereador
aqui dar conta do recado. Então, eu me sinto muito à vontade, porque eu
concordei com o ilustre Vereador, meu amigo pessoal, porque vinha da Assembléia
Legislativa um Projeto de Lei, que não veio, que ficou pelo declive do morro
abaixo, que pretenderia fazer um decréscimo do tempo de trabalho dos Deputados.
Então, eu concordei com o Ver. João Antonio Dib, que nós precisávamos ter uma
arma de resistência a esta inovação da Assembléia. E, praticamente, eu
concordei com o Projeto do Ver. João Antonio Dib. Mas, como não veio, repito
aqui, como não veio da Assembléia nenhuma medida que viesse reduzir o tempo de
recesso, eu me posiciono contra o Projeto do meu amigo e Líder de Bancada, Ver.
João Antonio Dib. Estou perfeitamente à vontade.
Deixo a
tribuna, porque chega, neste momento, o Ver. José Fortunati, que deve trazer
notícias muito alvissareiras para os outros Partidos e péssimas para o PT. Ele
deve estar saindo do PT, agora, e eu me antecipo a esta notícia.
Ver. José
Fortunati, V. Ex.ª está saindo do Partido?
O
Sr. José Fortunati: Sim.
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Então, eu tenho a alvissareira nova de dizer:
Fortunati deixou o PT! Eu me sinto muito satisfeito, porque vejo o PT diminuir
e o PT enfraquecer.
A
SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Vereador, V. Ex.ª está saindo do assunto da pauta.
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: V. Ex.ª tem razão. V. Ex.ª se defendeu muito bem e
lhe dou os meus parabéns. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para
encaminhar o PELO nº 002/01.
O
SR. NEREU D’AVILA: Sr.ª Presidenta, Sr.ªs e Srs.
Vereadores, eu, em nome do respeito à opção do nobre Vereador, e em respeito ao
sentimento pelo qual, eu sei, neste momento é tomada a bancada majoritária, eu
vou-me ater ao tema, Sr.ª Presidenta. Estou falando que não entrarei no
assunto.
Sr.ª
Presidenta, em relação a esse Projeto, eu não ia encaminhar essa matéria do
Ver. João Dib, sobre a questão do recesso, mas ele, no seu rápido
encaminhamento, disse uma frase sobre a qual nós devemos refletir. Nós
acreditamos, pelo menos no PDT, que a frase dita pelo Vereador é uma injustiça
com esta Câmara. Ele disse, no encaminhamento favorável à diminuição do recesso
que “esta Câmara irá trabalhar mais”. Está no pronunciamento do nobre Líder do
PPB, Ver. João Dib. Eu quero dizer, com toda a transparência e sinceridade que
sempre me caracterizam, que eu discordo dessa frase. Creio que a Câmara não vai
trabalhar mais diminuindo o recesso ou não. Os Vereadores, durante o recesso,
têm uma Comissão Representativa. Inclusive foi cobrado isso do Congresso
Nacional, que nem Comissão Representativa tinha, quando surgiu, por exemplo, a
questão do ACM. Ou, se havia, não estava funcionando.
A Comissão
Representativa da Câmara representa a Câmara, a Mesa é obrigatória ser da
Comissão, os Líderes também. Nunca, que eu saiba, deixou de dar quórum. O Ver.
João Dib é um dos que sempre colabora para o quórum, é um Vereador assíduo, um
Vereador absolutamente cumpridor. Mas os demais também asseguram o quórum.
Então, esse argumento de dizer que a Câmara de Porto Alegre iria trabalhar mais
se diminuísse o recesso é frágil. Não iria. Iria trabalhar tanto quanto vem
trabalhando. E mais: nesta Legislatura - e eu já participei de outras
Legislaturas - os Vereadores chegaram com tal, digamos, vontade de se atirarem
ao trabalho, inclusive os novos, trazendo projetos de A, B, C, com a voracidade
de apresentar para a Cidade questões importantes e novas leis, enfim, uma
pletora de comissões, a tal ponto de alguém dizer aqui que a infra-estrutura da
Câmara não estaria agüentando tanta comissão especial, enriquecendo os
trabalhos legislativos. E os novos Vereadores começaram exatamente em janeiro,
fevereiro a preparar os seus Projetos, requerer comissões, só para citar duas
que me lembro, uma a respeito da água, que já está concluída, e outra a
respeito da questão ecológica da III Perimetral, presidida pelo Ver. Moesch.
Foram sete ou oito comissões, lembro de duas que já estão concluídas, deve ter
mais alguma concluída, que não me lembro agora. Então, o que quero dizer? Que a
Câmara, desde janeiro, está funcionando a pleno e assim continuará.
Nós temos que
assumir, por isso este Projeto é bom, perante a opinião pública, as
responsabilidades. Vamos fazer um pacto: desde que seja isonômica a questão do
Congresso, Assembléia e Câmara, pelo menos de capitais, em tal mês recesso, em
tal mês férias, porque nós temos direito a férias, qualquer ser humano tem!
Agora, não se confunda recesso com férias. Então, até o ex-Vereador Airto
Ferronato falava nisso e no início era criticado, porque parece que temos medo,
parece que por sermos políticos e porque alguns políticos não cumprem com o seu
dever, não podemos falar em férias. Mas trabalhamos durante o ano todo, então
temos direito a férias. Vamos falar na isonomia dos recessos da Câmara Federal,
das Assembléias e das Câmaras das capitais. E por quê? Até por isonomia
salarial. Os deputados estaduais ganham 75% do que ganham os deputados federais
e nós ganhamos 75% do que ganham os deputados estaduais. Então, a isonomia
devia ser total e absoluta. Então, quando o ex-Vereador Airto Ferronato falava
em férias, parecia um absurdo. Não! Então, vamos assumir: vamos diminuir o
recesso, vamos votar contra o Projeto, porque achamos que deve haver isonomia.
E a Bancada do PPB, que apresentou na Assembléia, fez um estardalhaço, agora
não fala mais nada. Aí, nós, aqui, sempre temos que dar o exemplo? Nós já demos
o exemplo das Sessões Extraordinárias não serem remuneradas e a Assembléia não
nos seguiu. Na Câmara Federal, que eu saiba, só dois deputados do PT, parece,
que andaram devolvendo o dinheiro. Então, temos que assumir gradativamente as
nossas responsabilidades. Só acho que deve, primeiro, haver isonomia, porque
não vamos salvar o mundo, nós não somos a palmatória do mundo. Nós temos Código
de Ética, nós tivemos que ir até as últimas conseqüências com uma Vereadora, cassando-a,
porque houve problemas sérios e nós exercemos as nossas responsabilidades.
Então, creio que, não digo que nunca venha a acontecer, acho que é imatura
neste momento qualquer atitude que não tenha isonomia, porque nós simplesmente
marchamos em situação cega, sem rumo, nós temos que ter um rumo, nós temos que
acertar o diapasão geral e o particular. Muito obrigado Sr.ª Presidenta, pela
tolerância que teve.
(Não revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para
encaminhar o PELO nº 002/01.
O
SR. ESTILAC XAVIER: Sr.ª Presidenta, Sr.ªs e Srs.
Vereadores, antes de me dirigir à tribuna fiz um rápido escrutínio na minha
Bancada para representar a opinião da mesma no encaminhamento. Então, estou
aqui apresentando a opinião da Bancada que é de não acompanhar a proposta do
ilustre Ver. João Antonio Dib. As razões estão lastreadas na forma como eu vejo
o trabalho de várias Bancadas, mas vou citar em especial a minha, que utiliza o
período de recesso como um período de trabalho extensivo, o que não se
constitui, de forma nenhuma, naquilo que possa se atribuir a umas férias.
Coloco,
também, como elemento para reflexão dessa nossa atitude, dessa nossa decisão, o
fato de que na Comissão Representativa os Vereadores que a compõe e os
Vereadores que são suplentes, se faltarem, têm os cortes da remuneração, tal
como se fossem uma Sessão Ordinária. Ocorre que não temos o funcionamento das
Comissões Permanentes, e as matérias sobre as quais nos debruçamos são aquelas
de emergência, notadamente as viagens do Sr. Prefeito ou as liberações.
Quero dizer
que a preocupação do Ver. João Antonio Dib – e essa é uma opinião pessoal, Ver.
João Antonio Dib - trouxe o mérito desta discussão e creio que esse debate não
se encerrará com a eventual rejeição da sua proposta. Eu mesmo tenho uma
preocupação sobre o funcionamento do recesso. Mas estou convencido, até o
momento, de que antes de fazermos qualquer alteração, há de se fazer uma
profunda análise do trabalho das Bancadas, das Comissões e dos próprios
Vereadores;.
Então, estamos
encaminhando contra a sua proposta, representando a opinião de 90% dos
integrantes da nossa Bancada – foi uma consulta que fiz. Esse assunto não
conseguiu ter uma tramitação exaustiva de debate, mesmo porque hoje nós não
negociamos a Ordem do Dia e normalmente nós fazíamos essa negociação, inclusive
V. Ex.ª, Ver. João Antonio Dib, é uma pessoa que contesta essa alteração de
ordem, que poderia nos dar tempo, pois nós temos pautado na Bancada uma série
de assuntos para discutir, como suponho sejam ordinários em todas as Bancadas,
para que os Vereadores tenham opiniões e posições a respeito de cada Projeto.
Essa é a nossa
posição. Ressaltamos que esse assunto deverá voltar talvez numa reforma geral
de funcionamento da Casa que atenda àquilo que os Vereadores querem fazer, que
é melhor representar suas comunidades.
Nós estamos
encaminhando, Ver. João Bosco Vaz – atendendo sua solicitação anti-regimental,
o que não me impede de ouvi-lo - o Projeto de alteração da Lei Orgânica,
proposta pelo ilustre Ver. João Antonio Dib, com as ressalvas que aqui eu fiz.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para
encaminhar o PELO nº 002/01.
O
SR. RAUL CARRION: Sr.ª Presidenta, Sr.ªs e Srs.
Vereadores, queremos encaminhar, em nome do PC do B. Entendendo a preocupação
do Ver. João Antonio Dib, mas encaminhamos contrariamente. O nosso entendimento
é que às vezes se faz confusão entre recesso e férias. É importante dizer que
recesso não é férias. Esta Casa, como coletivo, não tem um único dia de férias!
Alguns
Vereadores podem ter esses dias de férias, na medida em que eles não façam
parte da Comissão Representativa. Devemos esclarecer que são dezoito Vereadores
e mais os Suplentes que formam a Comissão Representativa. No recesso, na
verdade, temos o funcionamento permanente da Comissão Representativa, duas
Sessões por semana. No caso dos Vereadores de bancada única, como é ocaso do
PCdoB, PSB, PL - escapa-me mais uma Bancada de representação única nesta Casa
-, nós temos, no período normal, além de participar das três Sessões Plenárias
semanais, e ainda participar de uma Comissão Permanente, com duas reuniões por
semana e, eventualmente, de outras reuniões de Comissões Permanentes, de todas
as Comissões Especiais (que podem chegar a três), das Comissões externas e das
CPIs eventualmente existentes. No período de recesso, a Casa ainda pode ser
convocada extraordinariamente, sem qualquer ônus financeiro.
Por isso,
entendemos que o recesso, que não equivale a férias, cumpre uma função
importante. Uma delas, por exemplo, é o momento em que o Vereador pode
aprofundar o estudo e a elaboração de projetos, porque, no dia-a-dia, ele não
tem muito tempo; ele também pode fazer contatos, retornar às comunidades, pois
o trabalho de Vereador não é somente acompanhar o Plenário, não é somente
redigir projetos e trabalhar sobre projetos. Ele pode, inclusive, visitar
outras instituições, participar de eventos e congressos e assim por diante.
Parece-me que
a preocupação do Ver. João Antonio Dib é louvável, mas, na dinâmica real que
esta Casa tem, que os Vereadores têm, ela não vai contribuir para um melhor
desempenho. Por isso, a Bancada do PC do B encaminha contrariamente ao Projeto
do Ver. João Antonio Dib. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
encaminhar o PELO nº 002/01.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, todo o projeto
de autoria de qualquer um dos trinta e três Vereadores merece de todos nós o
maior respeito, mas vindo do Ver. João Antonio Dib, pela sua história de quem
foi Prefeito desta Cidade, para um Vereador de tantos mandatos, merece uma
atenção ainda mais especial.
Eu sou um
Vereador novo, no primeiro mandato, e quero aqui, neste pequeno espaço de
tempo, mostrar o outro lado da história. Infelizmente, Ver. Haroldo de Souza,
as casas legislativas têm-se distanciado muito da população. As razões dariam
aqui um dia de debate ou talvez mais. O eleitor, a entidade, a associação,
pelas mais diversas razões, e até pela concepção hoje da democracia direta, têm
se distanciado desta Casa. Se é que eu considero, Ver.ª Maristela Maffei, o
exercício aqui do Plenário e das Comissões um instrumento importante de luta de
cada um dos Vereadores, eu não considero menos importante, Ver. Elói Guimarães,
aquele dia-a-dia lá do debate da comunidade. É preciso colocar isso com muita
clareza! O recesso serve para o retempero, Ver.ª Helena Bonumá, dessa relação
que o mandato popular lhe confere, através do voto popular. Eu sei da história
de cada um de nós aqui e daqueles que são deputados, que têm uma agenda
enlouquecedora, para tentar buscar esse retempero nesse período. Portanto, os cidadãos
têm uma série de demandas, seja da Restinga, do Sarandi, da Ilha da Pintada, do
Campo da Tuca, que, muitas vezes, não vêm aqui nesta Casa, mas que são demandas
que dizem respeito a esta Casa e que os seus agentes têm de estar lá no debate.
Então, todos nós cumprimos diariamente uma agenda interna e uma agenda externa.
Uns com mais intensidade, outros com menos. E essa agenda externa se
intensifica muito mais no período de recesso.
Então, penso
que essas coisas têm de ser debatidas com clareza, com tranqüilidade, sem
nenhum subterfúgio. Não podemos fugir desse debate, achando que o fato de estar
em recesso significa férias. Não é isso, o recesso faz com que possamos
aperfeiçoar o nosso trabalho. Portanto, vamos encaminhar e vamos votar
contrários, por esses fundamentos. A idéia do Ver. João Antonio Dib é boa, mas
temos um outro entendimento. Pensamos que o mandato popular precisa sair da
Casa, ir ao encontro da população, pois, muitas vezes, ao sair da Casa, ele
traz um proveito às vezes maior do que o exercício aqui dentro. Mais uma vez eu
digo! O Ver. Raul Carrion é um exemplo disso. Quantas vezes a nossa Comissão se
desloca para debater com a comunidade e quantos pedidos são feitos para nós
irmos e não temos condições de atender. Diariamente chega à CUTHAB, como chega
em nosso gabinete, uma série de questões da Cidade que, muitas vezes, não
conseguimos. Um assessor nosso vai lá. Em outros, nós vamos.
Então, me
parece que o recesso serve para este retempero, para qualificar o mandato e
para o reencontro do mandato popular com a cidadania.
Portanto, Ver.
João Antonio Dib, achamos meritória a iniciativa, mas não vamos acompanhar V.
Ex.ª neste Projeto que diz respeito à alteração do Regimento. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação nominal o PELO nº 002/01, nos termos do
art. 174, Inciso II, do Regimento. (Após apuração nominal.) REJEITADO por 05 votos SIM, 21 NÃO.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para ler Declaração de Voto.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: (Lê.)
“Declaração de
Voto
Votei
favoravelmente, como só poderia ser, pois sou o primeiro signatário do projeto.
Em momento nenhum, no entanto, confundi férias com recesso ou afirmei que, se
aprovada a Emenda, a Câmara trabalharia mais. Deixo de lado o grande trabalho
das moções. Sou um Vereador nos sete dias da semana e sempre afirmo que o homem
público deve ter sensibilidade e capacidade de resposta. Penso que respondi ao
anseio do povo em ver diminuído o recesso parlamentar. Acredito que cumpri mais
uma missão, pena que não fui entendido. Saúde e paz!
(a) Ver. João
Antônio Dib.”
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Rejeitado no primeiro turno, Ver. João Antonio
Dib, já se encerra o Processo.
Ver. João
Antonio Dib, para que possamos esclarecer: Art. nº 177, parágrafo único: “após
a votação, o Vereador poderá enviar à Mesa, por escrito, Declaração de Voto que
será lida pelo Secretário e integrará o processo.” Então, V. Ex.ª foi
Secretário “ad doc”.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu fiz a leitura daqui, porque
outras vezes outros Vereadores também o fizeram, até foram à Mesa para fazer a
leitura. Eu já havia feito outras leituras de Declaração de Voto, e me
penitencio por não ter cumprido o Regimento.
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Estamos aperfeiçoando o processo legislativo desta
Casa, com a sua participação.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. 1319/01 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº
004/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que altera a redação do inciso VI do
art. 94 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. Com Emenda nº 01. (atribuições do Prefeito)
Parecer:
-
da Comissão Especial: Relator Ver.
João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observação:
- discussão geral nos termos do art. 130
do Regimento da CMPA.
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em discussão o PELO nº 004/01. (Pausa.) O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para discutir.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este Projeto de
Lei de nossa autoria, tem como fundamento maior, Ver. Estilac Xavier,
qualificar a relação da Câmara com o Executivo.
Nós temos
alguns projetos de lei, entre eles um que já está na pauta para votação que é
sobre a senha de acesso às contas, enfim, às despesas do Executivo. Na verdade,
eu tenho ouvido tanto dos Vereadores como do Sr. Prefeito, quando vem a esta
Casa, Sr. Presidente, principalmente na sua posse, reiteradas vezes, o desejo
de qualificar o debate com esta Casa Legislativa. Se o Prefeito predispõe-se a
ir numa assembléia do Orçamento Participativo, como vai em todas elas e de
muitas delas nós participamos, e lá o Prefeito, Ver. Pedro Américo Leal, senta
no CTG, no salão da Igreja ou em qualquer outra localidade desta Cidade para colocar
à municipalidade, ao conjunto de pessoas que aportam a essas reuniões, o que o
Executivo, por meio do seu agente, que é o Prefeito, seu conjunto de
Secretários e seus representantes de autarquias, fazem, e apresentando um
relato de todo o desenvolvimento das políticas públicas que o exercício do
mandato lhe conferiu, se isso acontece, Ver. Nereu D’Avila, é razoável que o
Prefeito venha a esta Casa, uma vez por ano, justamente para estabelecer esse
debate com o conjunto dos Vereadores que representam a condição plural da
Cidade.
Sobre o nosso
Projeto, em determinado momento eu ouvi: “Então, o Senhor quer obrigar o
Prefeito a vir aqui?” Não. Mas eu penso que é uma oportunidade que esta Casa
com esta Lei possui, pois se o Prefeito virá aqui em algumas ocasiões, ele terá
a oportunidade de, com os trinta e três Vereadores, debater o conjunto de obras
que tem feito na Cidade.
Eu propus,
então, a alteração, no artigo 94, que diz: “Fica alterada a redação do Inciso
IV, artigo 94, da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre que passa a vigorar
como segue: - apresentar-se-á anualmente à Câmara Municipal à data da entrega
do Projeto de Lei Orçamentário para relatar o estado da Cidade, quando
discorrerá sobre todos os aspectos da administração pública, direta e indireta,
especialmente sobre finanças, habitação, transportes, educação, saúde, pessoal,
meio ambiente, limpeza urbana, urbanização, planejamento, contenciosos
judiciais, investimentos, despesas, dentro dos contextos conjuntural e
histórico.” Esse era o nosso Projeto original.
A Emenda do
Ver. João Dib, veio em bom termo, propondo que em vez de o Executivo
apresentar, pela Lei do Orçamento, art. 119, a prestação de contas, conforme o
parágrafo 3º: “As contas de que trata o parágrafo anterior, bem como do relatório
anual sobre assuntos municipais serão encaminhados pelo Poder Executivo ao
Poder Legislativo até sessenta dias após o início da Sessão Legislativa”, não
prejudica o Projeto, na verdade, ela altera a data. O Ver. João Antonio Dib
está dizendo que quando o Prefeito vir aqui entregar as contas, em vez de
entregar na Presidência, ele se dirigiria ao Plenário para então fazer o debate
com o conjunto dos Srs. Vereadores, relativamente ao que nós estamos propondo.
Então, mais uma vez, quero frisar e gizar, esse Projeto busca qualificar a Casa
do Povo, esta Casa que tem uma história de luta, ela precisa reencontrar-se com
a Cidade no seu dia-a-dia. Tenho dito isso a cada vez, a democracia
participativa não pode ser conivente com a democracia representativa e nós
precisamos corrigir isso internamente. Parece-me que esse projeto tenta
colaborar para colocar no eixo da discussão também a Câmara e não só o
Orçamento Participativo, nesse debate com o Prefeito que eu sei que o Prefeito,
com toda certeza, ele que semanalmente debate com o conjunto da Cidade, não
terá nenhuma dificuldade em debater com a Câmara Municipal, com os Vereadores,
o que com certeza poderá contribuir, pois ouvirão do Prefeito as suas intenções
e as realizações do Executivo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação a prorrogação da Sessão por mais duas
horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA. Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h46min.)
* * * * *